Após dois anos como líder do PSDB no Senado, o paraibano Cássio Cunha Lima tem um novo desafio: ficar à frente da vice-presidência da Casa por dois anos. Ele foi indicado por aclamação pelo partido para compor a nova Mesa presidida pelo senador Eunício Oliveira, do PMDB do Ceará, que ascendeu ontem ao cargo, sucedendo a Renan Calheiros. A chapa registrada alcançou 74 votos favoráveis e quatro contrários. O primeiro secretário é José Pimentel, do Ceará. Cássio Cunha Lima reafirmou seu compromisso maior com a Paraíba, pontuando que o gabinete será um espaço à disposição dos conterrâneos e das demandas que visem a promover o crescimento do Estado.
Eunício Oliveira obteve 61 votos contra 10 do adversário José Medeiros, do PSD-MT, que se lançou simbolicamente, e outros dez em branco. Apoiado pelo Palácio do Planalto, Eunício começou a construir seu favoritismo desde 2015, quando passou a operar nos bastidores para suceder a Renan, que passa a ser o líder da bancada do PMDB no Senado. Nas últimas semanas, Eunício costurou os últimos acordos, inclusive com a bancada do PT, para garantir-lhe ampla vitória. Nem mesmo as acusações de ter recebido R$ 2,1 milhões da Odebrecht em troca da aprovação de uma Medida Provisória, conforme relato do delator Cláudio Melo Filho à Operação Lava Jato, ameaçaram a vitória de Eunício. Ele negou ter recebido quallquer valor.
Um fato curioso é que na reta final o PT, que rompeu com o PMDB no impeachment de Dilma Rousseff, fechou com Eunício. Para garantir espaço na Mesa Diretora do Senado, o Partido dos Trabalhadores acabou liberando o voto dos dez senadores. Desde que se tornou senador em 2011, Eunício almejava o comando do Senado. Enfrentou divergências internas no PMDB e aproveitou para ocupar espaços importantes como a liderança do partido e a presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A nova Mesa do Senado ficou assim composta: Presidente – Eunício Oliveira. Primeiro vice-presidente – Cássio Cunha Lima. Segundo vice – João Alberto Souza, do PMDB-MA. Primeiro secretário – José Pimentel (PT-CE). Segundo secretário – Gladson Cameli (PP-AC), terceiro secretário – Antonio Valadares (PSB-SE), quarto secretário – Zezé Perrela (PTB-MG), primeiro suplente – Eduardo Amorim (PSC-SE), segundo suplente – Sérgio Petecão (PSD-AC), terceiro suplente – Davi Alcolumbre (DEM-AP), quarto suplente – Cidinho Santos (PR-MT).
Ainda em Brasília, foi adiada uma decisão sobre a linha sucessória da Presidência da República. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pediu vista no julgamento de uma ação sobre a permanência de réus em cargos na linha sucessória. Pela Constituição, estão na linha sucessória, quando o presidente se ausentar ou for afastado, o vice-presidente da República, o presidente da Câmara, o presidente do Senado e o presidente do STF. A votação da ação começou em novembro mas fo interrmpida naquela ocasião por pedido de visto do ministro Dias Toffoli, que devolveu a ação para julgamento ontem, na primeira sessão de 2017. Até o pedido de vista de Gilmar Mendes, há cinco votos para que réus não ocupem cargos na linha sucessória e três para que simplesmente nãoo assumam a Presidência da República, podendo permanecer nos cargos de presidente da Câmara e do Senado, por exemplo.
Nonato Guedes, com agências