O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) descartou a possibilidade de postular a presidência do Senado no próximo ano, na sucessão do atual dirigente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Por telefone, o parlamentar informou, de Brasília, que tem compromisso firmado para apoiar a postulação do senador Eunício Oliveira, do PMDB do Ceará e que vai honrar esse compromisso. Além do mais, considera que Eunício está credenciado para assumir a função num momento de dificuldade para as instituições políticas em virtude da transição ainda em andamento e que adveio do impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff, passando pela ascensão do vice Michel Temer à titularidade.
Lira diz que se sentiu honrado com a lembrança do seu nome, feita por alguns colegas, e ressaltou que se sentiria mais honrado ainda em ocupar um posto que foi exercido por duas legislaturas pelo falecido senador paraibano Humberto Lucena, um dos “condestáveis” do Parlamento. Salientou, todavia, que a postulação de Eunício está colocada há mais tempo e que ele vem se articulando ativamente com esse objetivo, tendo lhe pedido adesão a tal projeto, o que ele assegurou. Eunício Oliveira, de acordo com a mídia nacional, tem, também, a simpatia do presidente Michel Temer. Para Raimundo Lira, isto sinaliza praticamente um consenso em torno do parlamentar cearense.
O senador paraibano preferiu voltar a enfatizar a importância da audiência mantida ontem pelo presidente Michel Temer com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), em que foram encaminhados pleitos de interesse do Estado em diferentes áreas, do setor hídrico ao porto de Cabedelo, passando pela flexibilização na liberação de empréstimos a serem contratados pelo Estado junto a instituições credenciadas. Lira ressaltou que o governador paraibano transmitiu ao presidente informações animadoras sobre a situação de equilíbrio fiscal do Estado, que está entre as sete unidades da Federação em posição de ajuste, necessitando, contudo, de aporte de recursos para fazer face a encargos com investimentos e com o custeio da máquina administrativa. Lira não tem dúvidas de que o Palácio do Planalto será sensível ao atendimento das reivindicações expostas pelo gestor socialista.
Em termos de projeto político-pessoal na Paraíba, o senador assegurou que não está nos seus planos concorrer ao governo em 2018, até porque, explicou, “um projeto dessa natureza só pode prosperar se for assumido ou encampado por um agrupamento de lideranças políticas” e não há qualquer articulação sua no sentido de promover a criação de um bloco com essa finalidade precípua. Lira admitiu que a perspectiva é de estreitar relações com o governador Ricardo Coutinho, a partir da convergência de pontos de vista em torno de soluções para questões pontuais que se verficam na Paraíba. Em termos de postulação individual, contudo, seu propósito é o de disputar a reeleição ao Senado em 2018, o que será colocado em discussão e sob apreciação dos seus companheiros de partido e integrantes de legendas com quem for celebrada coligação para o futuro pleito.
Lira disse que está se sentindo recompensado, neste seu retorno ao Senado Federal, por estar tendo a oportunidade de contribuir com o interesse da população paraibana, mencionando a articulação que fez da audiência do presidente da República com o governador Ricardo Coutinho como uma iniciativa que o deixou satisfeito. “Estive presente e pude testemunhar o alto nível com que foram colocadas as reivindicações e expostas as posições tanto do presidente da República como do governador. Foi um diálogo proveitoso, que sem sombra de dúvidas trará reflexos positivos para o Estado. E estarei sempre à disposição para colaborar, quando for necessário, no encaminhamento de demandas dessa natureza”, expressou Raimundo Lira.
Por Nonato Guedes
