Líder do governo Michel Temer na Câmara dos Deputados, o pepista paraibano Aguinaldo Ribeiro tem participado de algumas gestões de bastidores para formatação da nova equipe ministerial mas não deve voltar a ocupar a Pasta das Cidades, que exerceu no governo Dilma Rousseff. Segundo versões, Aguinaldo estaria avaliando como inócua uma nova passagem pelo cargo, diante dos prazos legais que o obrigam a se desincompatibilizar em 2018 para concorrer à reeleição à Câmara.
O ministério das Cidades ficou sem titular após o deputado Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco, pedir exoneração acatando a orientação da cúpula nacional tucana para “desembarque” do governo. Sob pressão de partidos da base aliada, o presidente Temer recuou na proposta de fazer uma reforma ministerial ampla em dezembro e agora examina a hipótese de fazer substituições pontuais no primeiro escalão nas próximas semanas para contemplar siglas integrantes da sua coalizão, redistribuindo os demais cargos de forma escalonada apenas nos meses seguintes. Na definição de alguns políticos do próprio consórcio governista, será uma reforma “parcelada”.
Michel Temer, que ontem foi a Itu (SP) para cerimônias alusivas à Proclamação da República, voltou a defender o fortalecimento das instituições e da Federação como estratégia para neutralizar recaídas autoritárias no processo político brasileiro. “Se nós não prestigiarmos certos princípios constitucionais, a tendência é caminhar sempre para o autoritarismo, para uma certa centralização”. Em termos concretos, o presidente decidiu condicionar a nova distribuição de cadeiras ministeriais aos votos dado pelos partidos aliados no regime de aposentadoria até meados de dezembro. Temer quer deixar as trocas na equipe acertadas, mas só entregar cargos definitivamente para o Centrão ou outras siglas após conferir o painel eletrônico de votação na Câmara.
O Planalto aposta fichas na aprovação da proposta de reforma da Previdência, mesmo que seja modificada, em virtude da forte resistência que predomina no Congresso Nacional. A saída do ministro das Cidades, Bruno Araújo, abriu caminho para o presidente acelerar a reforma ministerial. Os tucanos ainda controlam três pastas, como Secretaria de Governo, Relações Exteriores e Direitos Humanos mas todos os ministros deverão deixar a equipe. A estratégia do “toma lá, dá cá” foi definida para evitar surpresas de última hora. O governo avalia que se a Câmara não aprovar a reforma da Previdência até dezembro, deixando para o Senado votar em fevereiro, nada mais passará em 2018, ano eleitoral.
Nonato Guedes com agências