A Frente Parlamentar em defesa da Chesf – Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco será instalada hoje na Assembleia Legislativa da Paraíba por proposição do deputado Gervásio Maia (PSB), presidente da Casa. O requerimento, aprovado por unanimidade, tem o objetivo de reunir autoridades, servidores e a sociedade em geral numa mobilização contra a privatização da Chesf. “Trata-se de um patrimônio público que, como tal, deve ser preservado, e não entregue à iniciativa privada”, justifica o deputado Gervásio Maia, que encampou a bandeira de defesa da Chesf.
De acordo com o presidente da AL, a intenção do Governo Federal de transferir o controle da empresa energética para grupos que visam apenas o lucro poderá ocasionar um grande impacto financeiro na vida da população, além de agravar diversas outras questões ambientais e energéticas. Ontem, o presidente da Unale, União dos Legislativos Estaduais, esteve no plenário da Assembleia e parabenizou a iniciativa de Gervásio, além de assegurar o empenho da instituição com vistas a defender a companhia hidrelétrica.
Nunes afirmou taxativamente: “A Chesf é um patrimônio nordestino e nós não podemos nos calar diante de tamanho absurdo. Somos 1.509 deputados estaduais em todo o Brasil e a partir de agora essa luta passa a ser uma das prioridades da nossa instituição”. Por outro lado, gerou polêmica entre os deputados a determinação da Justiça Federal para que a Cagepa retome o racionamento de água nas cidades abastecidas pelo açude Boqueirão, incluindo Campina Grande. O líder do governo, Hervázio Bezerra, considerou a decisão política e atacou representantes da oposição que lutaram a favor da volta do racionamento.
– Acho profundamente lamentável que a classe política, principalmente os representantes de Campina Grande liderados pelo senador Cássio Cunha Lima, venham provocar a Justiça e chegar a uma decisão como essa. No final das contas, a população é quem sai penalizada – adiantou. Coube à deputada Daniella Ribeiro (PP) rebater as acusações dos governistas. Ela advertiu que o Executivo precisa ter mais cuidados com a população e ressaltou que quem politizou o tema foi o governador Ricardo Coutinho ao determinar o fim do racionamento. A deputada garantiu que 70% da população defendem a continuidade do racionamento, por temer que o projeto de transposição de águas do rio São Francisco não atenda a situações emergenciais. Para Daniella, não há segurança hídrica, o que foi corroborado pelo líder da oposição na Assembleia, Bruno Cunha Lima. Ele alertou que desde que o governo suspendeu o racionamento o açude de Boqueirão praticamente não acumulou mais água.
Nonato Guedes