O deputado Jair Bolsonaro foi homologado, ontem, como candidato a presidente da República pelo PSL, em meio a choro ocasionado pela emoção de ouvir o Hino Nacional Brasileiro e a divergências decorrentes do impasse que o deixou sem vice até agora. A advogada Janaína Paschoal, celebrizada por ter subscrito o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), continua cogitada como alternativa para vice de Bolsonaro mas, em discurso, externou divergências em relação a algumas posturas do candidato envolvendo temas polêmicos.
Janaína também procurou refrear o culto à personalidade, manifestando-se contra a idolatria a Jair Bolsonaro, representante da extrema-direita, por parte de seus seguidores mais fanáticos e incluiu na pauta de discussões questões como o aborto e a redução da maioria da maioridade penal. Depois de expor publicamente seu desconforto com atitudes de Janaína, Bolsonaro recuou e sugeriu que ela deve ser respeitada nas posições que tem a respeito de temas variados, ainda que entrando em choque com suas convicções pessoais. Se as eleições fossem hoje, projeções mostram que o deputado Bolsonaro, um capitão reformado do Exército, só teria menos votos que o ex-presidente Lula (PT). Chegaria perto de 30 milhões de eleitores. Sem Lula, ele lidera as pesquisas em praticamente todos os Estados, à exceção de Ceará e Pernambuco. Dependendo do cenário, pode até vencer no primeiro turno.
Bolsonaro nunca disputou uma eleição presidencial e nem fez parte da chamada elite política brasileira. O impasse em torno da definição de candidatura a vice-presidente reflete uma certa rejeição a posições extremistas que ele vocaliza e, consequentemente, um certo isolamento de Bolsonaro junto a agremiações tradicionais. O senador Magno Malta, que é tido como do baixo clero, foi o primeiro a recusar a vice de Bolsonaro, com isto sepultando a perspectiva de uma aliança estratégica do PSL com o PR. Na sequência, Bolsonaro convidou o general Augusto Heleno (PRP),ex-comandante das tropas brasileiras no Haiti, que aceitou de pronto. Mas o PRP, não deu aval à composição. Janaína Paschoal havia dito que só tomaria uma posição depois de conversar olho no olho com Bolsonaro. Foi à convenção, expôs divergências, mas a cúpula do PSL acredita que há 95% de chances de aceitação da vice por parte da advogada. Gustavo Bebbiano, presidente nacional do PSL, fez coro com o discurso de que as divergências são democráticas e de que Janaína, como vice, não faria papel decorativo. Ela tem personalidade e nós a respeitamos, afirmou ele.
Da Redação, com agências