Os deputados estaduais Athaydes Mendes (Branco) e Edmilson Soares, únicos representantes do PEN (Partido Ecológico Nacional) na Assembleia Legislativa da Paraíba, disseram-se surpresos, ontem, com a notícia da mudança de comando na legenda, anunciada pelo presidente nacional Adilson Barroso. Ainda esta semana, haverá substituição do presidente estadual da legenda, Juracy Mendes, irmão do deputado “Branco” por outro nome indicado pelo deputado federal Jair Bolsonaro, pré-candidato à Presidência da República pela sigla em 2018. Adilson Barroso não confirmou se o futuro presidente será o consultor de segurança Julian Lemos, admitindo apenas que a escolha será divulgada até quinta-feira. Ele confirmou que Bolsonaro está por trás das mudanças e que o partido passará a se chamar “Patriota”.
– Não há nada oficial ainda. Mas assim que tivermos a confirmação vamos analisar a decisão e tomar uma decisão conjunta. Da maneira que estão querendo fazer, não terá mais clima nem espaço para mim e o companheiro Edmilson – frisou “Branco” Mendes. Os dois informaram ter tido conhecimento da possibilidade de alteração no comando por meio de notícias veiculadas na Internet, em blogs, sites e portais. “Está uma confusão danada”, admitiu Edmilson Soares. Adilson Barroso informou ao jornal “Correio da Paraíba” que deve trocar o comando partidário por questões estruturais e políticas. Além disso, revelou insatisfação com o deputado Edmilson, que elegeu o filho, Tanilson Soares, como vereador em João Pessoa pelo PSB.
Queixou-se o dirigente nacional que até hoje o PEN não teve uma sede partidária. Por isso, além da mudança no comando, serão mudados também os rumos do partido. A legenda tem pretensão de lançar candidatura própria a governador, mas não vai se opor à realização de coligações com partidos que possam somar em proveito do projeto nacional. Originalmente o PEN na Paraíba foi presidido pelo deputado estadual Ricardo Marcelo, ex-presidente da Assembleia Legislativa, que desejava uma nova opção partidária em que houvesse flexibilidade de posição para os filiados. Em relação ao governo Ricardo Coutinho, por exemplo, deputados do PEN dividiram-se entre apoiadores e críticos na fase inicial de instalação da sigla. Pessoalmente, Ricardo Marcelo manteve-se ligado ao senador Cássio Cunha Lima e tentou estruturar a sigla pelo Estado, mas encontrou dificuldades operacionais e políticas, acabando por se desfiliar e ingressar nos quadros do PMDB.
Adilson Barroso foi enfático nas declarações ao “Correio da Paraíba”, garantindo que o “Patriota”, sucedâneo do PEN, lançará candidaturas a senador, deputado estadual, deputado federal e a governador do nosso Estado nas próximas eleições. Há um projeto de expansão da legenda em âmbito nacional, como estratégia para fortalecer as pretensões do deputado Jair Bolsonaro de se candidatar a presidente da República. Na atual conjuntura, Bolsonaro, que é militar e defende teses polêmicas, contestadas por setores democráticos da sociedade, está em boa cotação nas intenções de voto ao Planalto, juntamente com Ciro Gomes, que pretende concorrer pelo PDT. O líder das pesquisas ainda é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja elegibilidade é questionada depois que ele foi condenado pelo juiz Sergio Moro.
Por Nonato Guedes