A Comissão Processante da Câmara Municipal de Bayeux, criada para investigar denúncia que pode reesultar na cassação do mandato do prefeito afastado Berg Lima aprovou por unanimidade o parecer pela continuidade do processo que apura infração política-administrativa contra ele. Berg foi acusado de extorquir um comerciante da cidade e foi filmado recebendo propina por parte do empresário, como condição para fazer jus ao pagamento de créditos devidos à prefeitura. Ele permaneceu quatro meses preso no Batalhão da PM em Mangabeira, João Pessoa, e foi solto há sete dias prometendo provar sua inocência diante do que seria uma armação de inimigos políticos.
Berg Lima foi preso em flagrante no dia cinco de julho em uma operação da Polícia Civil e do Gaeco, quando recebia suposta propina. Na época, já estava sendo investigado, após o empresário denunciar que era vítima de extorsão. O recebimento do dinheiro foi filmado e o vídeo mostra um empresário fornecedor da prefeitura de Bayeux contando o dinheiro, que somava R$ 4 mil e repassando-o ao prefeito. Na ação que foi proposta pelo MPPB, Berg Lima é acusado de exigir e efetivamente receber em três ocasiões as quantias de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 3,5 mil, totalizando R$ 11,5 mil. Os valores teriam sido entregues como condição para que a municipalidade quitasse parte da dívida que tinha para com uma empresa de alimentos.
O procurador jurídico da Câmara de Bayeux, Aécio Farias, afirmou que com a aprovação do relatório de autoria da vereadora Francineide Barboa de Souza, pela continuidade do processo, será aberta uma nova fase de instrução para aprofundamento das investigações. Os próximos passos serão a coleta de depoimentos de testemunhas e do próprio prefeito afastado, que foi solto por força de habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça. O advogado Raoni Vita, que atua na defesa do prefeito afastado, disse que vê com tranquilidade o início da instrução processual no âmbito do Legislativo. De acordo com ele, a partir de agora Berg Lima poderá apresentar provas que comprovam sua inocência, bem como que foi vítima de uma armação. “Confiamos no julgamento final da Câmara pela improcedência da denúncia”, comentou o advogado, segundo o “Correio da Paraíba”.