O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), acusou o governador Ricardo Coutinho (PSB) de montar um “circo” para tentar desgastar a administração municipal na Capital. O pano de fundo da polêmica diz respeito ao empreendimento que o grupo Ferreira Costa implantaria na Região Metropolitana de João Pessoa, com geração de empregos diretos e indiretos, que teria sido embargado pela edilidade por problemas burocráticos. Luciano também considerou pirotécnico o convite que o governador lhe fez para uma reunião comandada por Ricardo e destinada a equacionar as demandas que entravam o empreendimento.
Textualmente, assim expressou Luciano: “João Pessoa tem prefeito, que defende a cidade e o povo. A vontade do governador sempre foi a de ter alguém do seu esquema sentado na cadeira de prefeito para tentar monitorá-lo à distância. Infelizmente para ele, as candidaturas lançadas pelo seu esquema à prefeitura de João Pessoa não têm sido bem-sucedidas, contrariando o seu prognóstico de que tem liderança consolidada entre os pessoenses”. Foi uma referência ao lançamento, em 2012, da candidatura de Estelizabel Bezerra e em 2016 da candidatura da professora Cida Ramos. Nenhuma das duas postulantes logrou ir para o segundo turno, enquanto Cartaxo foi eleito e reeleito, estando em articulação, agora, para disputar o governo do Estado com o apoio de uma frente oposicionista.
– A prefeitura não abre mão de cumprir as leis que estão em vigor e que tanto servem para o pequeno como para o grande. Quem quiser fazer investimento na Capital pode vir que será bem recebido, mas obedecendo a legislação que temos e que disciplina a edificação de empreendimentos – alertou o prefeito Luciano Cartaxo, acrescentando que está se tornando obsessiva a orquestração ensaiada pelo governador contra ele. O alcaide observou que não houve propriamente um convite a ele, por parte de Ricardo, para a discussão de solução do impasse. “O que houve foi uma tentativa frustrada de fazer um grande debate político para tentar confundir a opinião pública. Qual o gestor, especialmente em momento de crise, deixaria de instalar uma empresa que promete 500 empregos?”.
Salientando estar com a consciência tranquila, Luciano Cartaxo observou que fez todos os esforços necessários para viabilizar o empreendimento do grupo Ferreira Costa. E adiantou que o próprio grupo empresarial compreendeu que há uma querela política por trás do impasse, preferindo não se envolver na polêmica entre o gestor municipal e o governador do Estado. O grupo Ferreira Costa tem raízes em Pernambuco e, de acordo com Luciano Cartaxo, não recebeu nenhum incentivo por parte do Estado para vir se instalar na Paraíba. A escolha de João Pessoa para sediar o empreendimento se deveu ao fato de que é uma cidade com economia forte e que cresce continuamente. O prefeito preveniu a opinião pública para ficar atenta a outras orquestrações que, na sua opinião, serão armadas pelo governo do Estado. “De nossa parte, reagiremos à altura a qualquer tentativa de ingerência nos destinos da Capital”, arrematou.
Nonato Guedes