O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) defendeu, ontem, que a chapa de oposição para disputar o governo do Estado no próximo ano seja encabeçada pelo prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, tucano, ou pelo prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PSD. Com isto, Cunha Lima descartou a hipótese de voltar a disputar novamente o Palácio da Redenção, como tem sido frequentemente cogitado. Ele desmentiu, ainda, a hipótese de lançamento do deputado federal Pedro Cunha Lima, seu filho, como postulante a vice-governador na chapa oposicionista, ponderando que ele vem executando um excelente trabalho na Câmara dos Deputados.
– O momento é de dar oportunidade a outras lideranças que não governaram o Estado – salientou Cássio em declarações veiculadas pelo Sistema Correio de Comunicação, em emissoras de rádio. No que diz respeito, ainda, ao filho Pedro, o senador adiantou: “Ele é jovem e pensa como jovem, faz política de forma diferente, absolutamente coerente. Ele votou nas duas oportunidades pela investigação do presidente Michel Temer, mostrando firmeza de posições, bem como que tem um foco muito importante em setores essenciais, como a Educação”. Se depender de Cássio, Pedro disputará a reeleição à Câmara, mas o senado frisou que acatará qualquer posicionamento que o filho vier a tomar.
Atualmente ocupando a primeira vice-presidência do Senado, Cunha Lima admitiu que o PSDB está dividido nas posições referentes a apoio ao governo do presidente Michel Temer. Recordou que a maior parte da bancada votou pela abertura das investigações contra o peemedebista Temer, acusado de corrupção passiva, nas duas votações que foram procedidas no âmbito da Câmara dos Deputados. A deliberação final acerca da posição do partido será tomada durante a convenção nacional do partido marcada para 11 de dezembro. Figuras de proa do tucanato como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso têm sugerido uma ruptura ou desembarque do governo Michel Temer, o que causou irritação da parte do presidente da República, segundo deixou escapar.
– Se há uma divisão, a questão será resolvida pela instância de decisão superior, que é a instância de deliberação máxima não somente do PSDB mas de qualquer outro partido, que é a convenção nacional – acrescentou o senador Cássio Cunha Lima, confirmando que a convenção programada para o dia 11 de dezembro será decisiva a respeito da questão. No que tange ao seu próprio posicionamento em torno do governo Temer, deixou claro que é de natureza crítica e que isto é do conhecimento da opinião pública.
Nonato Guedes
