A morte de dois trabalhadores rurais no município de Alhandra (PB) provocou repúdio de personalidades de destaque, além de comoção no Estado. A chacina ocorreu na noite de sábado com a invasão de pistoleiros ao acampamento Dom José Maria Pires. Os trabalhadores mortos foram Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, deplorou profundamente os homicídios e anunciou sua vinda ao Estado para o velório na cidade de Mari. Os indivíduos chegaram com camisas amarradas na cabeça.
O deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, fez denúncia da gravidade do evento, enquanto os deputados paraibanos Luiz Couto (federal) e Frei Anastácio Ribeiro cobraram providências rápidas por parte das autoridades. As versões dão conta de que não havia terras produtivas na região. Expoentes da direção nacional petista avaliaram que a chacina foi deflagrada em meio a um clima de intolerância no país e com declarações alarmistas por parte do presidente eleito Jair Bolsonaro, Dirigentes do MST na Paraíba revelam que Bolsonaro tem tomado posições conservadoras e até agressivas, sinalizando que reformas defendidas pelo PT não terão seu aval para encaminhamento ao Congresso Nacional.
Foram inúmeras as manifestações de solidariedade às famílias dos trabalhadores sem terra. Para Luiz Couto, que ocupará uma secretaria no governo de João Azevedo, as atitudes do presidente eleito provocam retrocessos nas conquistas até agora, Bolsonaro adota o estilo de desdenhar de adversários e polemiza, nas redes sociais, em tom de intransigência, ao mesmo tempo em que fulmina o PT de forma implacável. Couto lembrou as investidas do presidente eleito contra profissionais de Cuba que atuavam no Mais Médicos. Fontes da alta cúpula estadual vaticinaram que o país sofrerá graves dificuldades e alertam que o presidente eleito não pode estar encobrindo ministros acusados de irregularidades, porque isto seria motor decisivo para a o respeito à democracia.
Nonato Guedes