Na Paraíba, coube ao recém-eleito deputado estadual Felipe Leitão deflagrar a debandada de políticos de partidos que devem deixar de existir ou fundir-se com outras siglas, em função de exigências da chamada cláusula de barreira, prevista em Lei. Eleito pelo Patriota, Felipe formalizou seu ingresso no Democratas (DEM), passando a presidir o diretório municipal em João Pessoa, antes dirigido por Raoni Mendes. Como sua antiga legenda não atingiu a cláusula de barreira, a legislação permite a Felipe mudar de sigla sem correr o risco de perda de mandato por infidelidade partidária. Com a mudança, a bancada oposicionista na Assembleia Legislativa perdeu um integrante, já que Felipe migrou para a base de apoio ao governador João Azevedo, do PSB.
Anuncia-se nas rodas políticas que o deputado Chió deve ir para o Movimento 23, fusão da Rede com o PPS, enquanto o também recém-eleito deputado Walber Virgolino, do Patriota, está indefinido sobre a hipótese de debandar para o PRP ou outra legenda. Chió foi o único parlamentar no Legislativo estadual eleito pela Rede Sustentabilidade, mas admite que poderá haver uma fusão com o PPS, originando uma nova força política. No final de março, haverá um congresso nacional da Rede para avaliar a conjuntura e o deputado paraibano confirmou presença. Estamos ainda analisando tudo para tomar uma deliberação. Mas qualquer decisão está condicionada à linha ideológica da nova agremiação que iremos integrar, afirmou ele.
Dois partidos com mandatos na Câmara Municipal de João Pessoa devem deixar de existir ou se fundir com outras legendas o Partido da Mobilização Nacional e o Democrata Cristão. Um dos eleitos na Câmara da Capital pelo PMN foi o vereador Thiago Lucena, que disse que os rumos da legenda ainda não estão bem definidos mas defendeu a hipótese de trilhar caminhos sem necessariamente estar de mãos dadas a uma legenda. O vereador João Corujinha, presidente da Câmara, filiado ao DC, informou que no último encontro nacional realizado em Santa Catarina a questão dos rumos do partido foi discutida. Vamos nos fortalecer para seguir. Os dirigentes nacionais estão em contato com outras legendas e aqui na Paraíba seguimos aguardando definições, esclareceu o dirigente da Casa de Napoleão Laureano.
O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro PRTB, assim como o PCdoB, corria, risco de ter dado o último respiro na eleição de 2018, mas por terem representantes nas vice-presidências no último pleito (o general Hamilton Mourão e a ex-deputada Manuela DAvila) conseguiram mudar o destino das legendas, dando mais visibilidade e força às siglas. Na Paraíba, Eduardo Carneiro, único eleito pelo PRTB, disse que a força do vice-presidente eleito, general Mourão, vai fazer com que outros partidos se incorporem ao projeto. O PRTB está recebendo o ingresso de nove deputados e três senadores. Dois outros partidos vão se acoplar à legenda para atingir, assim, a cláusula de barreira, assegurou Eduardo Carneiro.
Da Redação, com Correio da Paraíba