A deputada estadual Estelizabel Bezerra defende que a presidência da Assembleia Legislativa permaneça sob o comando do seu partido, o PSB, justificando que a agremiação elegeu a maior bancada na Casa Epitácio Pessoa. Isto poderá ser feito, segundo ela, sem prejuízo da formação de Mesa eclética, reunindo, inclusive, parlamentares da oposição. Estelizabel sugeriu que a discussão a respeito seja aprofundada inicialmente entre os deputados que compõem a base de sustentação do governo para que não sobrevenham consequências desgastantes.
O ponto de vista de Estelizabel foi contestado pelo deputado Tião Gomes, do Avante, lembrando que o governador eleito João Azevedo teve o respaldo de uma aliança e não apenas de um partido para sair vitorioso no primeiro turno da disputa pelo Palácio da Redenção este ano. Além do comando do governador Ricardo Coutinho, vários partidos se agruparam e defenderam o nome de Azevedo. Sendo assim, não podemos ser alijados do processo de eleição da Mesa da Assembleia, acrescentou Tião Gomes. Ele reivindica, especificamente, a presidência do segundo biênio para um partido aliado.
Estelizabel argumenta que pela primeira vez o PSB elegeu uma bancada expressiva de deputados estaduais, o que, na sua opinião, sinaliza um crédito de confiança para a gestão, também, no Poder Legislativo, facilitando, assim, os primeiros passos do governo de João Azevedo. O atual presidente, Gervásio Maia, filiado ao PSB, foi eleito deputado federal e já se prepara para atuar na Câmara dos Deputados em Brasília. Entre as cogitações de nomes para suceder Gervásio, ganha força a candidatura do deputado reeleito Adriano Galdino, que presidiu a Assembleia no período anterior ao de Gervásio.
Alguns dos prováveis postulantes que surgiram na imprensa, tais como Ricardo Barbosa e Hervázio Bezerra abriram mão de postular a presidência em favor da candidatura de Adriano Galdino. A oposição tenta se articular para lançar um nome influente no processo mas não parece ter cacife nesse sentido. O governador Ricardo Coutinho, a pedido do governador eleito João Azevedo, concordou em articular entendimentos com deputados da base situacionista para definir um consenso e evitar a perspectiva de divisões comprometedoras.
Nonato Guedes