A decisão do Tribunal Superior Eleitoral obrigando a destinação de 30% dos recursos do fundo eleitoral para financiar candidaturas de mulheres nas eleições deste ano, possibilitando um aporte financeiro de R$514,8 milhões, foi encarada como justa e legítima por dirigentes de partidos na Paraíba, diferentemente do que ocorreu a nível nacional, quando algumas cúpulas estão recorrendo a medidas judiciais para derrubar o dispositivo. O presidente do PSB em João Pessoa, Ronaldo Barbosa, afirma que a decisão faz parte do contexto de lutas históricas e de ações afirmativas que geram o empoderamento das mulheres na política.
– O PSB apoia essa política, esperando que, com isso, as mulheres passem a ocupar um maior número de vagas possíveis, não só na Câmara Federal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, mas também nos cargos executivos, de prefeito a presidente da República salientou Ronaldo Barbosa. O presidente do PPS na Paraíba, Nonato Bandeira, opinou que a medida se impõe a partir da constatação de que 30% das vagas são destinadas ao sexo feminino. Jackson Macedo, que preside o diretório estadual do PT, frisou que o partido sempre foi sensível à mobilização para ampliar a participação da mulher na política. As mulheres já têm direito a 5% do fundo partidário e, com essa destinação, alcançam uma grande vitória para o enfrentamento de disputas eleitorais,ponderou.
O deputado estadual Bruno Cunha Lima, presidente do Solidariedade, destaca que a fixação desse percentual para a campanha das candidaturas de mulheres é uma forma de reduzir as discrepâncias ainda existentes. É a equalização dos números. Hoje nós temos a participação feminina que chega perto de 10%. E mecanismos, como a reserva de 30% do fundo partidário, destinado às campanhas femininas, são instrumentos viáveis para tentar ampliar essa participação, contribuindo para uma representatividade feminina mais efetiva na política, adiantou. De acordo com ele, o que se tem visto ao longo dos anos é a participação feminina apenas para cumprir tabela nas eleições. O presidente do PSDB, Ruy Carneiro, observa que esta é uma regra a que os partidos devem se adequar, porque, além de importante, servirá para corrigir as distorções que obstaculavam a participação feminina na política. Abre-se um espaço para a eleição de um maior número de mulheres, tanto para cargos majoritários, quanto para cargos proporcionais, aduziu Ruy.
O dirigente tucano disse que o quadro de pré-candidaturas às eleições deste ano ainda não está fechado, mas o partido conta com filiadas em quantidade suficiente para assegurar essa participação. Bruno Cunha Lima frisa que, mais do que investir, é fundamental conscientizar sobre a participação feminina. Já Raoni Mendes, presidente do Democratas em João Pessoa, disse que seu partido já estava preparado para essa decisão e com planejamento para execução do orçamento do fundo eleitoral, com o percentual destinado às candidaturas femininas.