O deputado federal Gervásio Maia, do PSB-PB, criticou o vazamento de informações relacionadas com as investigações da Operação Calvário, que envolve irregularidades e desvio de recursos públicos da gestão de hospitais como o de Emergência e Trauma de João Pessoa, que estava sob direção da Cruz Vermelha. Para o parlamentar, a divulgação antecipa qualquer julgamento e prejudica a imagem dos citados, alguns dos quais auxiliares da atual administração, remanescentes da gestão Ricardo Coutinho. Aqueles que estão sendo citados já estão condenados. Se alguém errou, evidentemente que pagará pelo erro cometido. Mas, sede repente, algum dos citados não errou, e isso só o tempo poderá mostrar na defesa a que cada um tem direito, o dano moral é desgastante. Porque o vazamento condena por antecipação, frisou.
O ponto de vista do deputado Gervásio Maia está sintonizado com as declarações do governador João Azevedo, do PSB, que culpou a oposição por fazer exploração política em torno de fatos sem dispor de provas concretas, por mero revanchismo, pelo fato de ter perdido as eleições de 2018 e não se conformar com a manifestação popular legítima. Infelizmente, alguns setores na Paraíba não conseguem entender a derrota enorme que tiveram no processo eleitoral do ano passado, verberou Azevedo, que foi eleito em primeiro turno, derrotando candidatos como Lucélio Cartaxo (PV) e José Maranhão (MDB). O governador repeliu as insinuações feitas por deputados oposicionistas que cobraram a exoneração de auxiliares como a secretária de Administração, Livânia Farias. Deixou claro que não cogita, em hipótese alguma, exonerar secretário(a)s.
Por outro lado, deputados da base aliada do governador na Assembleia Legislativa ressaltam que Azevedo vem tomando as providências cabíveis, de que é exemplo o Termo de Ajustamento de Conduta firmado com os quatro ramos do Ministério Público na Paraíba, que estabelece novas regras para regulamentar a qualificação, seleção e contratação de organizações sociais (OS) para fins de gestão pactuada no Estado. A terceirização de serviços públicos via organizações sociais começou a vigorar no Estado em 2011, no primeiro mandato de Ricardo Coutinho, que tem evitado polemizar sobre o noticiário. O Tribunal de Contas do Estado reprovou todos os contratos firmados com OS e apontou, no relatório do conselheiro Nominando Diniz, que a Cruz Vermelha não tinha nenhuma qualificação nem experiência em gestão hospitalar quando venceu a licitação do Trauma.