A médica Ana Lígia Costa Feliciano é a primeira vice-governadora reeleita na história política da Paraíba. Em 2014 ela se consagrou como companheira de chapa do governador eleito Ricardo Coutinho (PSB). Em 2018, compôs a chapa do candidato socialista vitorioso em primeiro turno, João Azevedo, após vencer resistências e outros obstáculos no agrupamento situacionista. Mulher do deputado federal Damião Feliciano, presidente do diretório do PDT no Estado, Lígia cumpriu missões delegadas por Ricardo, inclusive, em viagens ao exterior para atrair investidores à Paraíba. Ela sofreu restrições para compor a chapa de Azevedo, diante de insinuações partidas do PSB de que estaria tentando formar um governo paralelo em plena gestão de Coutinho. Os problemas, entretanto, foram contornados e ela foi admitida na chapa como reforço logístico na região do Compartimento da Borborema e em outras localidades do interior.
Nascida a 21 de abril de 1957 em Campina Grande, também empresária, filha de comerciantes, Lígia estudou no Colégio das Damas onde concluiu o ensino médio. Em 1978, casou-se com Damião Feliciano, também médico. É mãe de três filhos, um deles ocupante de secretaria de Estado na área de Turismo. Concluiu Medicina pela Universidade Federal da Paraíba e se credenciou por ações de assistência social junto a famílias carentes em Campina Grande. Lígia passou a dirigir dois hospitais na cidade, de propriedade da família. Em 2002, foi candidata ao Senado, ficando em quinto lugar. Em 2008, registrou-se como vice na chapa de Rômulo Gouveia (PSD) a prefeito de Campina Grande, derrotada em segundo turno por Veneziano Vital do Rêgo. Na época, Rômulo, que faleceu no ano passado no exercício do mandato de deputado federal, concorreu pelo PSDB com o apoio do grupo Cunha Lima, especialmente do ex-senador Cássio Cunha Lima.
Por coincidência, Rômulo Gouveia, que também presidiu a Assembleia Legislativa da Paraíba por duas vezes e a Câmara Municipal de Campina Grande, foi candidato a vice-governador, eleito, na primeira gestão de Ricardo Coutinho, dele se afastando após o rompimento entre o socialista e o ex-senador Cássio Cunha Lima. Rômulo foi substituído, após a sua morte, por Marcondes Gadelha, que já ocupara cargos relevantes como o do senador e que não disputou a reeleição em 2018. Considerada uma mulher dinâmica e comunicativa, Lígia Feliciano intensificou seu contato com a população paraibana nos últimos anos apresentando um programa em emissora de televisão, focado na abordagem de assuntos diversificados, mas com ênfase na atenção aos problemas da mulher. Na disputa presidencial de 2018, ela foi fiel à candidatura de Ciro Gomes, do seu partido, no primeiro turno. Afirma que sua prioridade é contribuir decisivamente com a gestão de João Azevedo para impulsionar o desenvolvimento da Paraíba.
Nonato Guedes