Um levantamento feito por jornalistas paraibanos baseados em Brasília acerca da atuação dos doze deputados federais que compõem a bancada do Estado projeta Luiz Couto, do Partido dos Trabalhadores, como campeão disparado em quase 100% de presença nas comissões e em plenário, somando 140 discursos e 70 projetos apresentados. Na definição do colunista Edinho Magalhães, do Correio da Paraíba, o petista revelou-se um dínamo do Parlamento. Nas eleições deste ano, Couto aventurou-se a disputar uma vaga ao Senado com o apoio do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). Não vitoriou mas teve votação expressiva, superando o tucano Cássio Cunha Lima, que não foi reeleito. A vaga de Couto na Câmara passará a ser exercida pelo Frei Anastácio Ribeiro, enquanto Luiz passa a integrar o secretariado do governador João Azevedo.
Couto ganhou notoriedade como defensor dos Direitos Humanos, integrando a Comissão que trata do assunto, e foi constante nas denúncias sobre grupos de extermínio que operam no Nordeste. Recebeu ameaças de morte por parte de expoentes de setores que contrariou com sua cantilena e passou a ser escoltado por agentes da Polícia Federal. Em nenhum momento deixou se intimidar pelas ameaças. Junto com ele, na maioria dos itens de avaliação, formam o Top 5 da bancada federal os deputados Efraim Filho, do DEM, Pedro Cunha Lima, do PSDB, Wilson Filho, do PTB e Marcondes Gadelha, do PSC. Já Aguinaldo Ribeiro, do PP e Veneziano Vital, do PSB, também compuseram a lista nos itens Projetos e Discursos.
Da atual representação paraibana na Câmara Federal, Efraim Filho, Pedro Cunha Lima, Aguinaldo Ribeiro foram reeleitos; Veneziano ganhou uma cadeira no Senado; Wilson Filho ocupará mandato de deputado estadual, enquanto seu pai, Wilson Santiago, retorna à Câmara. Marcondes Gadelha não disputou mandato, passando o bastão para o filho Leonardo, que não logrou ser vitorioso. Gadelha ascendeu à titularidade na condição de suplente de Rômulo Gouveia (PSD), que faleceu. André Amaral, que sucedeu a Manoel Júnior, não teve visibilidade. Benjamin Maranhão, também derrotado na tentativa de reeleger-se, foi o campeão absoluto de utilização da cota parlamentar destinada à divulgação de atividades. De quase cem mil reais utilizados somente no mês de dezembro, R$ 85 mil foram gastos em divulgação, embora ele só tenha pronunciado oito discursos ao longo do ano.
Nas pegadas de Benjamin, André Amaral resolveu ampliar a divulgação do mandato no apagar das luzes. Em dezembro, ele se valeu de R$ 22,5 mil da cota parlamenta para investir em divulgação, mas isto não surtiu nenhum efeito nas pretensões de reeleger-se. O deputado Wellington Roberto, do PR, considerado típico parlamentar de bastidores, foi reeleito apesar de não fazer discursos e apresentar poucos projetos. Ele é chamado de vereador federal, pela desenvoltura com que acompanha as demandas e convênios de prefeituras junto a ministérios e órgãos federais. Um filho de Wellington, Bruno Roberto, foi candidato a vice-governador da Paraíba em 2018 na chapa encabeçada por José Maranhão (MDB), que foi derrotada. Um outro parlamentar reeleito foi Damião Feliciano, do PDT, marido da vice-governadora Lígia Feliciano. A nova bancada terá nomes como Gervásio Maia Filho, do PSB, Ruy Carneiro, do PSDB, Edna Henriques, Julian Lemos (PSL) e Wilson Santiago. O mandato da representação parlamentar eleita em 2014 se encerra a primeiro de fevereiro próximo. Até lá, o parlamento estará de recesso regimental.
Nonato Guedes