Dono de clínicas de estética no Brasil e nos Estados Unidos, o doutor Robert Rey, titular do reality show “Dr. Hollywood” planeja ser candidato a presidente da República no Brasil para cumprir o que tem como missão: levantar o País da miséria. “Sou a última esperança”, afirmou ele a Bruno Meier, da equipe de “Veja”. Dobrar salários e endurecer com o crime são algumas das propostas do conhecido “Doctor Rey”, misturadas a sugestões exóticas ou, pelo menos, pouco ortodoxas.
Por exemplo: “Quando eu for presidente, o Hino Nacional vai tocar todas as manhãs e vamos todos nos levantar e colocar a mão direita no lado esquerdo do pleito, como acontece nos Estados Unidos. Meu governo terá quinze ministérios. As cidades brasileiras estão entre as mais violentas do mundo. Quero dobrar o número de policiais, dobrar seu salário e encher o Brasil de cadeias privadas”. Robert Rey confirma que a ordem é endurecer com o crime, e quem tiver oito anos de idade e cometer um crime será julgado como adulto. O mesmo vale para casos de estupro, conforme o doutor Rey, acrescentando que não se considera gênio nem radical – simplesmente copia o sistema americano. “Não vou dar bolsa para filho de ladrão que está na cadeia. Quero que os turistas venham para o meu Brasil sem medo da violência”, assevera.
Indagado sobre como dobrar salários e o número de policiais quando se prevê um déficit de 159 bilhões de reais em 2018, frisou: “Essa é a única parte que requer um pouco de economia. Quero baixar o imposto de tudo no país para atrair investimentos das companhias globais. Quando se baixa imposto, os estrangeiros entram no Brasil”. A uma pergunta sobre se cogita fazer coligações partidárias, doutor Rey disse que não precisa “da lama dos outros partidos nem de tempo na TV”. Explica que todos os domingos está no ar e que o Brasil o conhece: “magrinho, superalegrinho, tarado pelo Brasil. Mas agora vão conhecer o Rey de verdade, que é uma fera. O brasileiro precisa é de uma pessoa de fora. O país está em chamas. Eu sou a última esperança. Em 2018, o Brasil vai ter uma escolha: a mesma m…de sempre ou o Rey”.
Robert Rey salienta, ainda, que não será o primeiro cirurgião presidente, dizendo que Juscelino Kubitscheck também era. De concreto, Rey segue os passos do médico cardiologista Enéas Carneiro, já falecido, que fundou o Prona e se lançou candidato a presidente da República na disputa de 1989, a primeira direta depois do regime militar. Enéas chegou a ter mais votos que o candidato do PMDB, Ulysses Guimarães, lançando mão de um artifício: invocar o bordão “Meu nome é Enéias” para massificar a candidatura e compensar o pouco tempo de propaganda eleitoral reservado a legendas como o Prona. Nesse sentido, Rey informa que está ressuscitando o Prona, Partido da Ordem Nacional e da Reedificação. Ele precisará de 20 mil assinaturas para efetivar o registro do partido e, assim, obter o registro da candidatura a presidente da República. Comentando as declarações de doutor Rey, a “Veja” ironiza: “Não falta mais nada em 2018”.
Nonato Guedes, com revista “Veja”