O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), garantiu que o governo do presidente Michel Temer, do PMDB, terá candidato à presidência da República em 2018 e advertiu que esse candidato não será o atual governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. Meirelles explica que o postulante oficial deverá defender o governo Temer, principalmente a política econômica que ele está colocando em prática e as reformas que tem encaminhado ao Congresso, inclusive a da Previdência, considerada bastante controversa e de difícil aprovação. “O apoio à política econômica não é compatível com o discurso do governador paulista”, alfinetou Henrique Meirelles.
O ministro não descartou a hipótese de que ele venha a ser o candidato oficial à sucessão de Temer e revelou que até março espera ter uma definição nesse sentido, de comum acordo com o presidente da República. Em declarações feitas à “Folha de São Paulo”, Meirelles evitou comentar as razões que inviabilizam uma candidatura de Temer à reeleição (o presidente tem altíssima margem de desaprovação) e preferiu fazer prognósticos otimistas sobre a recuperação da economia, exorcizando previsões sobre alta inflacionária. Ao aludir às divergências que eclodiram dentro do PSDB, com alas influentes propondo o rompimento do apoio ao governo Temer, Henrique Meirelles provocou: “Não tenho a pretensão de entender o PSDB”.
Henrique Meirelles considera natural que pesquisas de opinião pública, hoje, apontem uma polarização entre a esquerda, representada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,e a direita, simbolizada pelo deputado federal e militar reformado Jair Messias Bolsonaro. Observou, entretanto, que fatias expressivas do eleitorado ainda estão na expectativa do lançamento de uma candidatura de centro, dentro da lógica histórica dos segmentos formadores de opinião de repúdio ao extremismo político no Brasil. A respeito das especulações de que o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), poderia vir a ser candidato “solo” a presidente da República, Henrique ironizou: “O mundo não acaba em 2018, sobretudo para políticos jovens como Rodrigo Maia”. Para ele, Lula e Bolsonaro têm “teto de crescimento” durante a campanha mas serão prejudicados pelo radicalismo e pelas propostas que o candidato a ser lançado pelo governo vier a apresentar de forma didática.
O ministro ponderou que as resistências a reformas como a fiscal, trabalhista e previdenciária têm partido de setores que não procuram se informar corretamente sobre o teor das mudanças. Para ele, o Brasil corria o risco de ficar na contramão da História ou na retaguarda de outros países convivendo com legislações anacrônicas, superada, que impedem a estabilidade econômica e prejudicam o espaço do país na competitividade internacional. O presidente Temer, segundo o ministro Henrique Meirelles, está fazendo um trabalho de convencimento tanto dos parlamentares quanto dos segmentos sociais em relação aos benefícios que as reformas acatarão.
Nonato Guedes, com agências