A presença da jornalista e ex-primeira-dama do Estado Pâmela Bório na convenção do PSDB em João Pessoa que reconduziu Ruy Carneiro à direção tucana realimentou as versões de que a ex-mulher do governador Ricardo Coutinho (PSB) venha a disputar um mandato eletivo em 2018, possivelmente o de deputada estadual. Ela admitiu informalmente a hipótese, quando abordada por jornalistas, e deu a entender que poderia se inscrever ao páreo pelo “Patriota”, o novo partido dirigido pelo deputado Jair Bolsonaro, candidato a presidente da República. Pâmela formaria uma “dupla do barulho” com a jornalista e apresentadora de telejornal do SBT Rachel Sheherazade, que foi da TV Tambaú, em João Pessoa, está na bancada da emissora em São Paulo e é notória ativista política nas redes sociais, onde espinafra o PT.
Pâmela Bório é natural da Bahia, foi modelo e apresentadora de TV na Paraíba quando conheceu o político Ricardo Coutinho, com quem casou e teve um filho, Henri. Desde 2015, Pâmela duela com Ricardo na Justiça e nas redes sociais, em que sempre foi assídua por trabalhar com mídias, ora pelo direito à guarda do filho, ora pelo direito a outras indenizações da parte do ex-marido-governador. Também proliferam processos sobre supostas agressões físicas que Pâmela teria sofrido, também supostamente a mando do governador, que desmentiu categoricamente as acusações. Ultimamente somavam mais de uma dezena as ações criminais movidas pelo governador contra a ex-esposa por calúnia e difamação. Ricardo até hoje não conseguiu êxito em nenhuma. Pâmela entrou com ação de exceções da verdade provando tudo. Na ação de censura prévia, Pâmela foi impedida pela Justiça de citar Ricardo em novas postagens. Ela recorreu ao Supremo onde teve mais uma vitória.
Ambos conheceram-se em 2009, ela com 25 anos, ex-miss Bahia Globo, e âncora do telejornal da TV Tambaú em João Pessoa, ele prefeito da Capital paraibana. Casaram-se ainda em 2009 e em 2011 oficializaram a relação. Quando Ricardo já era governador, em 2013, a revista ISTOÉ revelou gastos exorbitantes na Granja Santana, residência oficial do governador, insinuando que os dois levavam uma vida de luxo. Um ano depois, quando ele era candidato à reeleição, um áudio com uma briga do casal foi divulgado e começaram a aparecer especulações sobre separação. Na campanha, Ricardo apoiou ostensivamente Dilma Rousseff e Pâmela nutria simpatia por Marina. A “ISTOÉ” disse que a história do casal virou “o maior bafafá” na alta sociedade paraibana.
Embora nunca tenha disputado mandato político, Pâmela fazia barulho nas redes sociais, ora postando fotos íntimas como faz até hoje, ora emitindo opiniões polêmicas. A mídia tratou-a como “jovem, bela, ousada e sem papas na língua”. A revista impressa “Congresso Em Foco” revelou que Pâmela expunha a intimidade do casal na internet, colecionando uma legião de seguidores e críticos. Chegou a ter mais de 67,7 mil seguidores no Instagram e mais de mil no Twitter. Alguns posts chamavam atenção mais do que outros. O mais comentado foi o de setembro de 2012. Após ganhar camisolas e conjuntos de calcinhas e sutiãs de presente de uma marca, que cresceu com empréstimos do Empreender, ela publicou no Instagram imagens das peças sobre a cama com a seguinte frase na legenda: “Presente para mim, mas quem curte é o maridão”.
No Twitter, mesmo quando era primeira-dama, Pâmela comprou brigas com adversários políticos do então marido e chegou a bater boca com alguns deles. Sobrou até para o ex-presidente Lula, de quem ela disse sentir “vergonha e asco” após revelações da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, em 2012, que apontou um esquema de venda de pareceres técnicos do governo em favor de empresas privadas.
Por Nonato Guedes