Há uma notícia favorável à Paraíba cujos louros devem ser divididos com o governo Ricardo Coutinho: o Estado subiu cinco posições e agora é o décimo mais competitivo do Brasil e o primeiro do Nordeste. O ranking de competitividade dos Estados, que analisa 66 indicadores, foi apresentado pelo Centro Liderança Pública em São Paulo – e a Paraíba se destacou pelos percentuais positivos alcançados em educação, segurança pública e sustentabilidade social. A participação do governo Ricardo Coutinho nesse estágio pode ser medida pelos investimentos que foram colocados em prática nas gestões que ele empalma e pelos reflexos que já estão sendo indiscutivelmente colhidos.
Aliás, a Paraíba, o Acre e Rondônia foram os Estados que mais ganharam posições em relação ao ranking do ano passado. No reverso da medalha, Pernambuco, Amazonas e Amapá foram os que mais perderam. A Paraíba e o Ceará são os representantes do Nordeste mais bem colocados, figurando na décima e décima primeira colocações, respectivamente, à frente de Mato Grosso e Goiás. No cômputo geral, o Estado de São Paulo segue na primeira colocação, seguido de Santa Catarina, que subiu da terceira para a segunda colocação e o Paraná, que caiu da segunda para a terceira posição em relação ao ano anterior. O Distrito Federal segue na quarta colocação.
O remanejamento de posições entre Estados de uma mesma região como o Nordeste é proporcional ao desempenho agressivo que essas unidades demonstram em fases históricas para carrear benefícios e atrair investimentos. Até mesmo guerra fiscal proliferou como parte dessa competição por melhores índices, com a oferta de atrativos a grupos empresariais do Sul e Centro-Oeste para que investissem nos Estados. O critério da concessão de incentivos fiscais graciosos a grupos investidores nem sempre é bem visto ou é consensual entre lideranças nacionais, mas é uma fórmula compensatória, e legal, para quem está perdendo pontos. Não é segredo para ninguém que Estados nordestinos vinham sendo inferiorizados no carreamento de investimentos, devido à ausência de obras estruturantes do próprio governo federal, que pudessem servir como chamariz para que os grupos aqui se instalassem.
Em circunstâncias assim, quando o governo federal não comparece, os Estados têm que se cozinhar nas próprias banhas, criar alternativas ou mecanismos próprios de atração de investimentos, facilitando o celeiro de obras ou empreendimentos que possam gerar emprego e renda para populações desfavorecidas. Nesta sexta edição, o levantamento constitui uma análise comparativa da capacidade competitiva de todos os Estados brasileiros e do Distrito Federal em 66 indicadores, agrupados em 10 pilares temáticos. Entre os indicadores, 35 são comparados com dados internacionais de 34 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. A Paraíba destacou-se, ainda, no capítulo da eficiência da máquina pública e no item da solidez fiscal.
Em relação ao governador Ricardo Coutinho, convém reconhecer, por uma questão de justiça, que ele tem procurado fazer o dever de casa, promovendo o ajuste fiscal necessário para fazer face a travessias oscilantes da conjuntura nacional. Em paralelo com a política de austeridade, a sua administração tem investido em obras, o que chega a causar surpresa lá fora. A Paraíba conseguiu sobressair-se em melhor posição, já há alguns anos, do que o Rio de Janeiro, que tem sido lamentavelmente penalizado por governadores envolvidos em escândalos, sem falar nos problemas estruturantes como o da Segurança Pública, que afeta o cidadão comum. A Paraíba não chega a ser um oásis ou um paraíso, mas também está longe de figurar na categoria dos “coitadinhos”, que despertam mais compaixão do que interesse. E, nesse mister, a gestão do governador Ricardo Coutinho deve ser reconhecida como operosa e ajustada aos cânones das políticas nacionais restritivas que têm sido implantadas. É um Estado que sobrevive em meio à tempestade, o que é grande coisa, podem acreditar!
Nonato Guedes