O ex-governador Roberto Paulino, candidato único ao Senado pelo MDB paraibano, revelou, ontem, que interlocutores do presidente Michel Temer o procuraram para oferecer-lhe um cargo federal, à sua escolha, no Banco do Nordeste do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil. Não aceitei. Deus me ajudou, me deu luz para eu não aceitar. Talvez se eu tivesse aceito, estivesse fazendo o que não deveria fazer. Fiquei em Guarabira, mesmo precisando de um cargo, mas com a consciência tranquila, adiantou. A revelação foi feita em entrevista ao programa Correio Debate, de emissora do Sistema Correio de Comunicação.
De acordo com Paulino, ele tinha convicção de que haveria um preço a pagar pela aceitação de um cargo federal. Para não pagar esse preço, preferi não aceitar, e manter minha liberdade até mesmo para censurar, se for o caso, algumas cabeças premiadas do MDB, prosseguiu. O ex-governador foi enfático ao dizer que acredita na revigoração do partido e prometeu que se for eleito senador não vai acumular os vencimentos do cargo com a aposentadoria de ex-governador, como fazem outros políticos. Vou optar apenas por um salário e irei me posicionar na tribuna contra privilégios nos três Poderes, acrescentou.
Roberto Paulino confessou-se bastante motivado com o que chama de aceitação do seu nome pelo eleitorado paraibano. Entende que seja quem for o candidato eleito a presidente da República terá que fazer ajustes e reformas no país. Qualquer governante, seja de esquerda ou de direita, terá que promover essas medidas. O que ocorreu com o governo que aí está é que ele foi empurrando as reformas de goela abaixo, sem consulta ou articulação maior com a classe política. Adiantou que os congressistas atuais, em sua maioria, não têm como propor reformas porque não estão preocupados com os interesses da sociedade. E foi taxativo: Não podemos retirar direitos adquiridos, como vem sendo feito. Paulino concluiu salientando que vai honrar o Estado. Meu nome não está ligado à Lava-Jato nem estará relacionado a qualquer escândalo, assegurou.
Da Redação