O deputado federal Pedro Cunha Lima será eleito hoje presidente do diretório regional do PSDB na Paraíba, em substituição ao deputado Ruy Carneiro e com a missão, para a qual se diz preparado, de superar os desafios que a agremiação enfrenta a nível estadual, bem como a responsabilidade de reestruturar o ninho tucano para um bom desempenho nas eleições municipais do próximo ano. O encontro será realizado no Hotel Hardman, no bairro de Manaíra, a partir das 9h.
O PSDB vive um processo de esvaziamento, acentuado pela derrota do ex-senador Cássio Cunha Lima, pai de Pedro, na campanha para tentar se reeleger em 2018, e pela decisão do prefeito de Campina Grande, cidadela in pectoris do clã, Romero Rodrigues, de migrar para outro partido, o PSD. Ao mesmo tempo, o partido não detém uma rede expressiva de prefeitos em cidades polos das microrregiões da Paraíba nem avançou no processo de filiações, o que poderia lhe dar musculatura invejável para criar condições de vitória em embatesfuturos, mais decisivos, como a disputa ao governo estadual. Estou disposto a trabalhar com afinco para mudar a realidade que o PSDB vivencia. E vamos fazer a nossa parte para que vários nomes competitivos tenham a chance de disputar e vencer a eleição municipal do próximo ano, comenta Pedro Cunha Lima, que deverá ter como vice-presidente na Executiva estadual a deputada Camila Toscana, uma das mais atuantes da Assembleia Legislativa.
O deputado federal Ruy Carneiro deve assumir o comando do PSDB em João Pessoa para preparar o partido para as eleições de 2020. Um dos nomes cogitados como alternativa para disputa da prefeitura da Capital é o do ex-prefeito Cícero Lucena, que também foi senador, vice-governador, governador e secretário de Políticas Regionais, com status de ministro, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Pedro Cunha Lima tem um perfil parlamentar positivo destacado pela mídia nacional, tanto por atitudes como por propostas. Ele abriu mão de vantagens financeiras adicionais conferidas no exercício do mandato, tais como as decorrentes do chamado auxílio-moradia, e recusou outras mordomias atribuídas pela Mesa da Câmara Federal. A filosofia de Pedro Cunha Lima é a de que a sociedade exige mais responsabilidade e austeridade dos representantes políticos e que, de sua parte, procura atender a esse sentimento.
Expoente na Comissão de Educação e em outras comissões temáticas do Legislativo, Pedro Cunha Lima assume posições críticas em relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro, tanto em questões nacionais como em questões específicas focadas na conjuntura do Nordeste e, em especial, nas demandas da Paraíba, por cuja solução se empenha por ocasião das reuniões de bancada que são processadas em Brasília. O parlamentar tem um discurso centrado, igualmente, na redução do tamanho da máquina administrativa federal, que compara a um mastodonte, observando que a estrutura de poder abarca ministérios, cargos e funções que seriam dispensáveis ou remanejáveis numa estratégia de austeridade como cobra, insistentemente, do governo Bolsonaro. Ele tem, também, divergências quanto ao projeto de reforma da Previdência, embora defenda a necessidade propriamente dita de mudanças no sistema de seguridade do país.
Nonato Guedes