O PMDB decidiu fazer uma repaginação como estratégia para atenuar o desgaste da legenda e, nesse sentido, o ponto alto nas últimas horas foi a aprovação da mudança da denominação, com o retorno às origens, em 1966, quando foi fundado o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que se dizia trincheira de oposição ao regime militar, cujo partido de sustentação era a Arena (Aliança Renovadora Nacional). A atual crise política, decorrente da Operação Lava Jato, atingiu os principais políticos do país. No PMDB, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o próprio presidente da República, Michel Temer, entraram na alça de mira – no caso de Cunha, com prisão e perda do mandato; em relação a Temer, com ameaças de investigação pela PGR, barradas no plenário da Câmara.
A alteração da sigla ainda depende de um registro no Tribunal Superior Eleitoral, prevendo-se que issso ocorra em fevereiro devido ao recesso do Judiciário, que inicia hoje. Com a mudança, o partido cogita absorver, pelo menos simbolicamente, a história do antigo MDB, que se constituiu em uma das principais forças políticas do país. Chegou à presidência em 1985 com a eleição de Tancredo Neves, que morreu antes de empossado, sendo substtituído por José Sarney, remanescente das fileiras do regime militar. A letra “P” no nome das legendas foi presença obrigatória no Brasil de 1979 a 1995. Agora, com a forte onda antipolítica, outras legendas como PT do B, DEM, PEN e PSL têm intenção de mudar de nome para Avante, Mude, Patriota, Progressistas e Livres. É uma alteração cosmética, talvez sem maior impacto nos próximos pleitos.
Um levantamento divulgado nas últimas horas mostra que dos 35 partidos registrados no TSE o PMDB foi o que mais perdeu filiados em 2017. Apesar das perdas, ainda é a maior sigla, com 16,7 milhões de filiados, no país. Na Paraíba, a legenda também está no topo das que mais perderam integrantes. De novembro de 2016 até idêntico mês deste ano, a sigla registrou uma queda de 250 filiados nos seus quadros. Não obstante a redução, os peemedebistas paraibanos somam 50.232, e o presidente do diretório regional, senador José Maranhão, planeja candidatar-se novamente ao governo em 2018. A segunda legenda que mais perdeu filiados na Paraíba foi o Democratas, e ex-PFL, comandada pelo ex-senador Efraim Morais, seguida do PT. Na sequência, aparecem PHS, PTB, PSDB, PMN e PDT.
Nonato Guedes, com agências