O prefeito interino de Cabedelo, Vítor Hugo (PRB), poderá ser alvo das investigações sobre o esquema de corrupção montado na cidade portuária e que originou a prisão do prefeito Leto Viana, de sua mulher, além de vereadores e servidores públicos. Em um vídeo divulgado pela Polícia Federal e que teve amplo espaço no Fantástico, da Rede Globo, no último domingo,Vítor Hugo aparece recebendo um envelope da servidora Leila Viana do Amaral, prima de Leto e uma das supostas coordenadoras do esquema de corrupção.
O procurador-geral de Justiça, Francisco Seráphico da Nóbrega Filho, acentuou que o material publicizado está sendo objeto de análise para avaliação sobre a necessidade da adoção de alguma nova medida dentro da operação, que continua em andamento e já recebeu mais de 500 denúncias até o momento. Além de Vítor Hugo, que na época da gravação das imagens exercia apenas o mandato de vereador, outras figuras ligadas à administração municipal estão relacionadas. Em nota, o prefeito interino rebateu as insinuações, disse ter ficado surpreso com a publicização na Globo e garantiu que sua vida sempre foi pautada pela honestidade, não tendo receio de consequências mais graves.
Vítor Hugo cancelou, ontem, o contrato que a prefeitura mantinha com a Fort Segurança, investigada na Operação Xeque-Mate que foi desencadeada pela Polícia Federal. O dono da empresa, o agente de segurança Antonio Silva dos Santos, é um dos onze presos na operação e foi recolhido ao presídio do Róger, por não ter curso superior. A versão do prefeito interino é de que o cancelamento do contrato faz parte de um pacote de ações desenvolvidas por ele, com vistas a devolver a credibilidade e fortalecer a confiança na relação entre a prefeitura e a população de Cabedelo.
Textualmente, frisou o prefeito interino: Não posso continuar a envolver o nome da prefeitura com empresas investigadas pela polícia. Esse não é um papel que cabe ao gestor desempenhar. É necessário que se devolva a dignidade a todos os cabedelenses. Enquanto isso, a mulher do prefeito Leto Viana, que está preso, Jacqueline Monteiro, que é vereadora e também está presa, embolsou o montante de R$ 233 mil no decorrer do exercício de 2017, conforme informações que vazaram das investigações em curso. De 17 servidores efetivos da Câmara de Cabedelo, Jacqueline era a mais bem paga. As informações sobre os salários dela estão disponíveis, também, no Sagres Online do Tribunal de Contas do Estado.