O governador Ricardo Coutinho (PSB) rechaçou, ontem, as insinuações do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) de que esteja promovendo campanha eleitoral antecipada ao escalar o secretário de Recursos Hídricos e Infraestrutura, João Azevedo, para anunciar medidas como o fim do racionamento de água em Campina Grande e outros municípios do Compartimento da Borborema. Azevedo tem sido apresentado como pré-candidato ao governo do Estado em 2018 com o apoio ostensivo do governador Ricardo Coutinho e de outras lideranças políticas de partidos aliados.
A decisão do fim do racionamento de água em Campina provocou polêmica entre grupos políticos que se confrontam na Paraíba. O governador, entretanto, invocou razões exclusivamente técnicas e administrativas para a adoção da providência, observando que o quadro de emergência em Campina Grande foi aliviado com o acúmulo de água decorrente do reforço da transposição do rio São Francisco. Ele salientou que sua gestão não seria irresponsável a ponto de prejudicar os habitantes de Campina Grande e do entorno daquela cidade. Para ele, o senador Cássio Cunha Lima foi infeliz nas declarações, bem como o prefeito Romero Rodrigues, “que não levaram em conta o interesse do povo”.
– Esta foi uma confissão do senador de que a única coisa que importa é o voto. É a confissão típica e clara de quem não tem o menor respeito pela coletividade, que acha que a única coisa importante é o voto, é a eleição – expressou Ricardo Coutinho, adiantando que o secretário João Azevedo é acatado pelos conhecimentos técnicos que possui e, portanto, era a pessoa qualificada para informar se o racionamento deveria, ou não, ser interrompido. “Quem eu mandaria para anunciar essa medida? Certamente não seria o senador”, alfinetou Ricardo. O governador socialista e o senador tucano foram aliados nas eleições de 2010, mas romperam políticamente e colocam-se em lados opostos na preparação para a campanha do próximo ano.
O governador lamentou que adversários seus, influenciados pela ambição de reconquistar o governo da Paraíba, tentem misturar querelas pessoais com interesse público. Frisou que a sua administração, em respeito aos compromissos assumidos com o povo paraibano, mantém um cronograma realista e se empenha para sustentar o equilíbrio financeiro que coloca o Estado em posição vantajosa perante Estados mais influentes, atolados em dívidas e na ausência de obras valiosas que beneficiem as comunidades. “Este é um governo que se pauta pela seriedade, o que é reconhecido pelos próprios escalões administrativos federais e não há o menor risco de que venhamos a deixar de trilhar esse caminho” – finalizou o gestor socialista.
Nonato Guedes