Reeleito em primeiro turno, ontem, para comandar a Câmara dos Deputados, o democrata Rodrigo Maia (RJ) comprometeu-se a fazer avançar na Casa a agenda econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), lembrando que é um dos principais defensores das reformas. O parlamentar conseguiu uma proeza: eleger-se presidente pela terceira vez consecutiva na Câmara. Obteve 334 votos, ficando como segundo colocado Fábio Ramalho, do MDB-MG, com 66 votos. O terceiro lugar coube ao candidato da oposição Marcelo Freixo, do PSOL-RJ, com 50 apoios.
Para conseguir a reeleição, Rodrigo Maia contou com o apoio de partidos de todos os lados do espectro político nacional. Fazem parte do bloco centrado em torno do presidente da Câmara legendas do Centrão como PP, PR, PRB, Solidariedade e Podemos, além do PSL do presidente Jair Bolsonaro e siglas de centro-esquerda como o PDT. A reforma da Previdência deverá ter prioridade no Legislativo este ano. A proposta deve ser encaminhada pelo governo Bolsonaro ainda em fevereiro e terá de ser aprovada na Câmara antes de seguir para o Senado, tarefa que não foi possível no governo de Michel Temer.
No Senado, a disputa entre uma ala do governo Bolsonaro e Renan Calheiros (MDB-AL) pelo comando da Casa causou muita confusão e um impasse que durou mais de cinco horas. Às 22h15 foi anunciado o adiamento. A sessão deverá ser retomada às 11h de hoje. Davi Allcolumbre, do DEM do Amapá, é o nome defendido pelo ministro OnyxLorenzoni, da Casa Civil. Ele presidiu a sessão, ontem, por ser o único remanescente da antiga Mesa Diretora que manteve o mandato. Sem se declarar oficialmente como candidato, ele patrocinou uma manobra contrária ao regimento do Senado, colocando em votação a proposta de sufrágio aberto, aprovada por 50 votos a 2. Renan, que é alvo da Operação Lava-Jato, tem pouquíssimas chances numa votação aberta.
Nonato Guedes, com agências