As universidades federais, além de referência em ensino e pesquisa, também têm uma série de projetos que auxiliam as gestões estaduais e municipais na construção de políticas públicas. O secretário executivo da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Pedro Dantas, destaca que políticas básicas têm sido solucionadas por instituições de ensino superior como a Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal de Campina Grande e Instituto Federal da Paraíba. É de grande importância que tenhamos essas parcerias. Temos 135 municípios pequenos, de coeficiente 0,6. Nenhum deles tem corpo intelectual para pensar certas soluções. Quem pode potencializar isso é a universidade, daí porque esse laço é fundamental, asseverou.
O dirigente municipalista acrescenta que por conta da interação que existe, vê com preocupação o bloqueio no orçamento das universidades decretado pelo governo federal. Se hoje está difícil avançar com o orçamento que se tinha, imagine diminuindo ele. O corte no orçamento, com certeza, irá impactar os municípios, advertiu Pedro Dantas. Entre os exemplos de parcerias bem-sucedidas, o secretário-executivo da Famup referiu-se ao trabalho de extensão do IFPB de Picuí, que focaliza os resíduos sólidos. Ali, o coco verde e a poda de árvores estão sendo transformados em adubos. Foi desenvolvido o experimento de uma máquina que está processando os resíduos e resolvendo o problema do lixo na região do curimataú, sem que a prefeitura precise gastar. Sem as universidades não podemos desenvolver novas práticas administrativas, salientou.
Mirando nesses benefícios é que a Famup tem lutado para reforçar as parcerias entre prefeituras municipais e instituições universitárias. Pedro Dantas afirmou que nos últimos três anos o trabalho da Famup tem sido potencializar as parcerias, já que muitas prefeituras não dispõem de orçamento e muito menos de quadros intelectuais para desenvolver estudos e soluções. As professoras Wanderleya Farias e Rejane Carvalho, do Departamento de Economia da UFPB, por sua vez, empenham-se em outra frente, no projeto Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental de Municípios Paraibanos, que fornece subsídios sobre as necessidades e potencialidades de cada comunidade. Em atuação desde 2013, o grupo, composto por 15 alunos, já trabalhou lado a lado com 15 prefeituras, produzindo uma radiografia dessas cidades. Wanderleya Farias afirma: Geralmente os municípios carecem de índices que sirvam de suporte para a implantação de políticas públicas, como índice de pobreza, concentração de renda. Muitos têm graves deficiências de gestão fiscal. Nós apresentamos todos esses dados e orientamos como podem melhorar nesses índices, para, inclusive, ter acesso a convênios federais.