Os três senadores paraibanos – Cássio Cunha Lima, do PSDB, José Maranhão e Raimundo Lira, do PMDB, votaram coesos pela decretação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, por entender que não houve explicações plausíveis por parte da ex-mandatária a respeito das denúncias de irregularidades cometidas no período em que administrou o país. Cássio foi escalado para ser um dos expositores do PSDB em sessões importantes transcorridas nos últimos dias e formulou diferentes conceitos sobre razões que a seu ver justificam plenamente o afastamento definitivo da primeira mulher a chegar ao Palácio do Planalto como titular da cadeira principal.
O senador Raimundo Lira, que assumiu o mandato titular há pouco tempo, na qualidade de suplente de Vital do Rêgo, que foi nomeado ministro do Tribunal de Contas da União, foi escolhido para presidir a Comissão Processante do Impeachment no âmbito do Senado. Recebeu elogios unânimes pela atuação equilibrada e democrática, garantindo manifestação a todas as correntes de expressão e respeitando exigências ou pedidos formulados pela equipe incumbida da assessoria jurídica e técnica de Dilma Rousseff. Logo na primeira entrevista, uma vez designado presidente da Comissão Processante, Raimundo Lira vocalizou que aspirava a atuar como um magistrado no processo, assegurando a pluralidade de opiniões.
Na sequência, fez mistério sobre o voto que iria proferir, alegando que não queria sair da linha que havia traçado, pautada no equilíbrio e na isenção. No Dia “D”, Lira externou seu voto sem nenhuma arrogância ou ato agressivo contra quem quer que seja. Maranhão, que foi governador da Paraíba, foi econômico nas apreciações sobre o processo de impeachment em si mas afirmativo na pronúncia de voto pelo impeachment por entender que, pelo relatório, não havia como inocentar Dilma de responsabilidade. Cássio Cunha Lima, que foi vítima de hostilidades por parte dos petistas, deu o troco, fazendo desabafos a respeito da trajetória errática do PT e considerando que houve, mesmo, uma década perdida com a administração de Lula e Dilma nos destinos do Brasil. “Estamos virando esta página, felizmente”, obtemperou Cássio, que agora vai se licenciar do cargo para tratamento de saúde. Assumirá a titularidade o suplente José Gonzaga Sobrinho, o empresário conhecido como Deca do Atacadão, com raízes no sertão paraibano.
Por Nonato Guedes