O vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira, disse neste domingo que nunca imaginou que o prefeito Luciano Cartaxo tivesse nomeado tanta gente de sua própria família para compor o quadro funcional da Prefeitura, conforme acusação que virou ação na justiça protocolada pela coligação encabeçada pela candidata Cida Ramos (PSB).
“Realmente, estou surpreso. Pelo que vi na imprensa são mais de quarenta nomes constando os sobrenomes do prefeito. O pior é que ele insiste em negar o nepotismo na Prefeitura. Ora, se o nome dele é Luciano Cartaxo Pires de Sá e entra na sua gestão todo esse povo que leva o sobrenome Cartaxo e Pires de Sá, seria a maior coincidência do mundo não serem seus familiares. E ainda tem, segundo novas denúncias, os agregados, ou seja, os parentes e aderentes dos familiares que acabam sentindo-se, também, no direito de botar pra dentro também os seus entes em cargos auxiliares, já que o exemplo sempre vem de cima para baixo”, comentou o vice-prefeito.
Nonato Bandeira acha que alguns desses nomes divulgadas na imprensa paraibana podem nem ser parentes diretos do prefeito, mas seria prudente ele reconhecer que não agiu dentro da lei e, sobretudo, da ética política, e rever as nomeações dos familiares efetivos, até para que os demais Cartaxos e Pires de Sá da lista, que não sejam da família, fiquem isentos da acusação”, afirmou Bandeira.
O caso da sua irmã, Celia Cartaxo, segundo Nonato, é o mais grave de todos, não apenas por ter sido nomeada pelo próprio Cartaxo para um cargo comissionado, o que contraria a lei e gera crime de responsabilidade, apesar de ser estatutária. “Problema maior foi esta acusação, com documentos comprobatórios, de que ela passou em 33° lugar em um concurso que tinha apenas 10 vagas, feito na gestão de Luciano Agra, e o atual prefeito ter ressuscitado o certame e chamado mais 23 para incluir sua irmã”, analisou o vice-prefeito.
Quando rompeu de vez as relações político-administrativas com Luciano Cartaxo, no início do ano, Nonato Bandeira revelou que não foi motivado por acusações de nepotismo ou favorecimentos pessoais, até porque desconhecia estes fatos.
“Eu disse que não apoiaria a reeleição de Cartaxo por causa da ineficiência administrativa como um todo, a exemplo da queda na qualidade dos serviços públicos prestados à população, sobretudo a saúde, além da lentidão nas obras, o desequilíbrio financeiro, a descontinuidade do trabalho deixado por Luciano Agra, as promessas não cumpridas e a falta de planejamento da gestão, que ocasionou a perda de muitos recursos federais e a aplicação equivocada da receita municipal”, avaliou.
Fonte: Assessoria