Hoje está terminando a propaganda eleitoral gratuita, oportunidade dada aos candidatos para a apresentação de suas propostas. Entretanto, a campanha não tem sido animadora para os novos eleitores. Falo por experiência própria, já que pela primeira vez irei participar de uma eleição, escolhendo os nossos representantes no poder executivo e na câmara de vereadores.
Analisando bem as eleições municipais de João Pessoa, pode se entender bem a situação sociopolítica da cidade, onde os votos refletem o atraso da população, que infelizmente ainda sofre da herança cultural do coronelismo. O voto de cabresto permanece e põe em xeque a democracia. Eleitores que dependem de seus candidatos para manter seus cargos na administração pública, nos transformam dependentes de interesses individuais, estagnando o desenvolvimento da cidade.
Submetidos a esse sistema, o interesse do candidato é de apenas se manter no poder, postergando o seu real dever de apresentar propostas para os graves problemas do município, fato que pode ser percebido através das campanhas, alianças improváveis com antigos opositores, como se o passado tivesse sido apagado, demonstrando cada vez mais a real intenção da candidatura, a sede do poder, exposta ainda mais nas absurdas propagandas eleitorais, que utilizam a maioria do seu tempo destinado a ataques aos opositores x e y.
O eleitor que não depende dos votos de cabresto se encontra desesperançado em relação a situação atual, em razão de que com essa mentalidade política e a formação do sistema como consequência disso, os candidatos com bons interesses para o município acabam se afastando do processo, devido ao sentimento de impossibilidade de concorrer com outros candidatos que fazem o jogo político e conseguem garantir boa parte dos votos através dos cargos públicos.
Apesar de toda essa situação, a democracia ainda vive, apesar de debilitada, em meio aqueles que ainda acreditam em mudanças por meio dela, utópicos ou não, mas resistentes a essa conjuntura que nada favorece a nossa população.
Escrito por Leonardo Guedes