O senador José Maranhão, presidente do diretório regional do PMDB, antevê a perspectiva de filiações importantes à legenda por parte de lideranças políticas com atuação em diferentes áreas da Paraíba. Ele confessou que foi procurado por vários prefeitos que lhe comunicaram o interesse de ingressar na legenda, mas aconselhou-os a esperar mais um pouco, para um exame melhor da nova legislação partidária, a fim de que esses gestores não sejam afetados pela migração de partidos. Maranhão salienta que é natural o “tropismo” de políticos rumo ao PMDB, que se fortaleceu com a ascensão de Michel Temer à presidência da República em meio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Para Maranhão, os resultados das últimas eleições municipais não significaram declínio do PMDB “porque a configuração ficou balanceada entre diferentes forças políticas”. Ele disse ser favorável à intensificação de reuniões partidárias para um melhor entrosamento e afinação da linguagem diante da própria conjuntura política estadual. O senador não confirmou a versão atribuída ao governador Ricardo Coutinho de que três prefeitos peemedebistas estariam migrando para o Partido Socialista. Apenas um deles, Divaldo Dantas, de Itaporanga, teria cogitado a possibilidade mas recuou temendo reflexos da legislação e reação junto ao eleitorado.
O senador, comentando suposto fortalecimento do PSB alardeado pelo governador Ricardo Coutinho, frisou que próprios expoentes da legenda não têm essa mesma convicção. E citou como exemplo o deputado Jeová Campos, do PSB de Cajazeiras, que declarou estar preocupado com o fato de o PSB ter ampliado seu domínio nas cidade menores, enquanto no eixo fundamental da política paraibana não venceu as eleições. “Para mim, isso deve ser motivo de profunda reflexão”, explicitou Jeová Campos. Maranhão completou lembrando que em João Pessoa o prefeito Luciano Cartaxo foi reeleito em primeiro turno tendo como vice um representante do PMDB, o deputado federal Manoel Júnior. “Não se pode ignorar que a Capital é uma espécie de tambor político no Estado”, arrematou o parlamentar.
Por Nonato Guedes