Enfrentando o fogo cruzado de vereadoras como Eliza Virgínia (PSDB), que o acusa de manobras para se perpetuar no poder, o vereador Durval Ferreira, do PP, atual presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, já conta os votos para ser reconduzido pela sétima vez à direção do colegiado. Ele expediu acenos de conciliação com os que tentam desafiá-lo, garantindo que esta será a última candidatura ao cargo e que somente decidiu concorrer em face de apelos para dar continuidade a projetos de modernização do legislativo municipal. Nos cálculos de Durval, ele já conta com 13 votos certos. São necessários 14 votos para a eleição do presidente – o que equivale a metade mais um dos 27 votos existentes na Casa Napoleão Laureano.
As versões dão conta de que a oposição articula a candidatura do experiente vereador Marcos Vinícius da Nóbrega, do PSDB, para o posto. Mas o vereador Lucas de Brito, do PSL, também colocou seu nome à disposição para presidir o colegiado e sugeriu debates entre postulantes para apresentação das bandeiras que estão empalmando porventura no processo. De acordo com Lucas, a promoção de debates é um mecanismo democrático capaz de envolver a sociedade na discussão dos problemas de interesse público. “Precisamos levar em conta que o presidente da Câmara administra um orçamento que envolve recursos públicos, é responsável por pautar os assuntos a serem tratados na Casa e, portanto, deve debater essa missão com os segmentos da sociedade”, pondera Lucas. A eleição será realizada em janeiro logo após a posse dos 27 vereadores eleitos e reeleitos para a nova legislatura.
Vereador que tem como reduto tradicional o segmento evangélico e que conhece os diferentes meandros do regimento da Câmara, tratando do funcionamento da insttuição, Durval Ferreira atua nos bastidores, de preferência, para pavimentar projetos reais como o da recondução ao cargo. “De minha parte, continuo conversando com os vários integrantes da Casa e recolhendo sugestões”, acentua Durval, despistando repórteres. O prefeito reeleito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), em tese, é favorável à reeleição de Durval. Há declarações suas enfatizando concordar com a tese de que, em time que está ganhando, não se deve mexer. Formalmente, o gestor assegura que não vai interferir no processo porque respeita a autonomia do colegiado incumbido de escolher o dirigente do legislativo pessoense.
Durval Ferreira salienta endossar a proposta de formação de mesa eclética, intefgrada por representantes eleitos por diferentes partidos, por avalar que é um mecanismo democrático e transparente, possibilitando maior pluralidade na tomada de decisões administrativas. Ele considera que, de um modo geral, a Câmara vem cumprindo com as responsabilidades que lhe são atribuídas pelo eleitorado pessoense e diz que, de sua parte, tem sido extremamente rigoroso na adoção das normas que lhe competem, o que não significa autoritarismo. “Antes de oficializar decisões, eu aprofundo, chego mesmo a esgotar o diálogo com os vereadores”, garante o atual presidente. A nova Mesa Diretora da Casa comandará os destinos da Câmara pelo período 2017-2018. A vereadora reeleita Raíssa Lacerda (PSD) defende que a representatividade das mulheres seja respeitada na composição da Mesa.
Por Nonato Guedes