O deputado Gervásio Maia Filho, que trocou o PMDB pelo PSB alegando que a convivência estava problemática em virtude de divergências internas, revelou que está à disposição do governador Ricardo Coutinho para contribuir com vistas ao fortalecimento da agremiação socialista no Estado. O parlamentar ressalta que passadas as eleições municipais, independente de resultados em alguns centros urbanos importantes, o PSB deve levar adiante o seu próprio projeto de estruturação para as eleições majoritárias de 2018, quando estarão em pauta o governo do Estado e renovação de cadeiras no Congresso Nacional.
– Fui bem acolhido no PSB e a forma que vejo para retribuir essa receptividade é procurando somar, jamais dividir o agrupamento – frisou o parlamentar, que se desfiliou em face de polêmicas com o deputado federal Manoel Júnior em torno da sucessão na prefeitura de João Pessoa. Gervásio salienta que sua postura nunca foi divisionista e adianta que no PSB tem espaços para trabalhar com vistas a fortalecê-lo no contexto do panorama partidário paraibano. A partir de fevereiro próximo, Gervásio assumirá a presidência da Assembleia Legislativa, em substituição a Adriano Galdino, que está concluindo seu biênio na direção da Casa. Ele (Gervásio) foi eleito por antecipação para presidente da próxima legislatura, num pleito que ocorreu logo em seguida à escolha de Adriano Galdino para o posto.
Ao assumir a presidência da Assembleia, ele estará trilhando um caminho que já foi percorrido pelo pai, o falecido deputado estadual Gervásio Bonavides Maia, que dirigiu o Legislativo com equilíbrio mas, ao mesmo tempo, com pulso firme. “Espero me inspirar nos ensinamentos deixados pelos meus familiares políticos para que eu possa corresponder no desempenho de função executiva na Assembleia”, expressou Gervásio Filho, numa referência, também, à passagem do pai pela prefeitura de João Pessoa, na gestão de Ricardo Coutinho, quando ocupou a secretaria de Finanças e manteve política de austeridade no controle das contas municipais. A preocupação com os desafios que terá na Assembleia Legislativa poupa Gervásio de fazer considerações sobre seu possível lançamento como candidato a governador pelo PSB em 2018.
– Estou focado no cumprimento do meu mandato, no fortalecimento do PSB e na gestão que irei empalmar a partir de fevereiro. Fora daí, não tenho outras preocupações ou responsabilidades em pauta – comenta Gervásio. No capítulo do fortalecimento da legenda socialista, ele lembra o trabalho de convencimento que realiza junto a prefeitos e lideranças políticas municipais para filiação à legenda. Alega que, assim como enfrentou problemas de convivência no PMDB, há políticos com problemas em outras legendas e interessados em situar-se na base do governador Ricardo Coutinho. “Um passo importante é a filiação ao PSB”, comenta.
Transição pacífica – O deputado Gervásio Filho prevê uma transição pacífica da parte do presidente Adriano Galdino para ele. “Todas as condições objetivas estão criapadas para que haja uma excelente relação no rito de passagem de cargo, e isto é positivo para fortalecimento da Assembleia, bem como para objetivos colaterais de fortalecimento do grupo político do governador e do PSB”, explica. Como parte da estratégia de não se indispor com Adriano Galdino, Gervásio evita polemizar sobre a decisão do atual presidente de transferir a sede da Assembleia da praça dos Três Poderes para a avenida Epitácio Pessoa.
– Não vou interferir nas providências que estão sendo encaminhadas pelo atual presidente Adriano Galdino, pois respeito a sua autonomia e o seu poder e tenho convicção de que ele vem agindo dentro de princípios legais e constitucionais – explicitou Gervásio Maia. A transferência do prédio-sede tem gerado controvérsias entre setores da sociedade paraibana, que em notas e artigos em jornais e redes sociais contestam a medida, alertando para supostos gastos com a operação, em meio a uma conjuntura de dificuldades que a Paraíba enfrenta.
Adriano Galdino, entretanto, tem deixado claro que a medida se impõe por uma cobrança dos próprios deputados e de servidores da Assembleia, que reclamam da atual falta de espaço físico nas dependências da Casa para a concretização melhor dos seus trabalhos. A transferência, de acordo com suas explicações, tem em vista a racionalização de gastos e a otimização do rendimento ou da produtividade do Legislativo. Adriano Galdino diz que o processo somente foi desencadeado porque houve apelos, nesse sentido, de parlamentares da atual legislatura e de funcionários que atuam nos diferentes setores da AL.
Por NONATO GUEDES