O senador licenciado Cássio Cunha Lima afirmou que, em princípio, o PSDB trabalha para ter uma candidatura própria ao governo da Paraíba em 2018 e não esconde que seu nome é mencionado como opção natural. Entretanto, assegura que o tema somente será discutido no momento oportuno e frisou que o PSDB não terá dificuldades em apoiar um nome indicado por outro partido, desde que seja viável eleitoralmente e que esteja comprometido com a oposição ao esquema do governador Ricardo Coutinho. “Estamos abertos à composição”, disse, sem explicitar partidos.
De um modo geral, a avaliação, tanto de Cássio como do presidente do diretório estadual do PSDB, ex-deputado federal Ruy Carneiro, é de que a legenda tucana no Estado obteve um bom desempenho nas recentes eleições municipais, quer por meio de candidaturas próprias, quer apoiando candidatos de outras siglas em coligação e que saíram vitoriosos. Ambos identificam um clima acentuado de desgaste da administração do governador Ricardo Coutinho, do PSB, que, na opinião de Cássio, parece perdida na execução de metas imprescindíveis nesta segunda gestão.
Cássio disputou o governo do Estado mais recentemente em 2014 contra Ricardo Coutinho, que pleiteava a reeleição e saiu vencedor nas urnas. Ele acha que o resultado é página virada e já foi exaustivamente explorado em debates internos e em entrevistas a órgãos de comunicação do Estado. “Estamos focados nos embates futuros, extraindo lições importantes das eleições municipais de 2016. Mais do que nunca, a identidade com a população é fundamental. O PT perdeu a presidência da República porque não dialogava com a classe política nem atendia a demandas concretas da população”, expressou Cunha Lima. O parlamentar alertou que as oposições paraibanas precisam ter competência para se credenciar à disputa de 2018 com condições de vitória, representando a vontade da parcela majoritária do eleitorado do Estado.
Cunha Lima acrescentou que no seu retorno ao exercício do mandato em breve (ele está sendo substituído pelo suplente José Gonzaga Sobrinho, o Deca do Atacadão) pautará sua linha de atuação na abordagem dos grandes temas nacionais que, a seu ver, ainda estão pendentes de definições por parte do próprio Congresso e do governo de Michel Temer. O ex-deputado Ruy Carneiro, po sua vez, minimizou as versões de que estaria havendo uma debandada em massa de prefeitos e líderes políticos tucanos do interior em direção ao esquema do governador Ricardo Coutinho.
– Há muita mistificação em torno dessas agressões. Houve desfiliações isoladas de lideranças que se elegeram pelo PSDB, mas elas não constituem um processo de sangria desatada que tenha como consequência o enfraquecimento da legenda tucana e da oposição estadual. Pelo contrário, o sentimento predominante é o de contestação à administração de Ricardo Coutinho por não honrar compromissos assumidos com a população parabana. Esta é a radiografia que temos nas ruas – manifestou Ruy Carneiro.
Por NONATO GUEDES