O senador Raimundo Lira, do PMDB paraibano, no seu estilo pragmático, pouco afeito a “pirotecnias políticas” operou de forma decisiva em Brasília para pôr um fim no impasse que cercava a audiência entre o presidente Michel Temer e o governador Ricardo Coutinho (PSB), este um crítico da atual administração federal.
Lira logrou encaixar na agenda do presidente para o dia 16 a audiência em Brasília, na qual o governador exporá as dificuldades financeiras que o Estado enfrenta, agravadas pelo rebaixamento de nota da secretaria do Tesouro Nacional, o que impede o Estado de contratar empréstimos externos e internos.
O clima distensionou-se em Brasília nas últimas horas com o envolvimento de deputados federais de variados partidos no esforço para levar o governador paraibano a manter encontros com ministros da área financeira do governo federal, a exemplo de Henrique Meireles.
O impasse em torno da audiência vinha se arrastando diante de versões chegadas ao governador de que adversários políticos seus estariam atuando junto a Temer para que não abrisse brecha para receber o governador do Estado. A versão foi desmentida tanto por Cássio Cunha Lima, do PSDB, quanto por José Maranhão, do PMDB, aparentemente os alvos da reação de Coutinho.
Lira, que manteve um acompanhamento do desenrolar da questão, deu o xeque-mate fazendo a mediação ou interlocução com o Palácio do Planalto. Na outra legislatura em que atuou como senador, Raimundo Lira foi presidente da Comissão de Asssuntos Econômicos, uma das mais influentes e poderosas do Senado, responsável por emitir parecer sobre a viabilidade ou não da concessão de empréstimos a Estados.
O parlamentar reassumiu o Senado há pouco tempo, com a renúncia do titular, Vital do Rêgo, que foi nomeado para ministro do Tribunal de Contas da União.
A iniciativa de Raimundo Lira, na opinião de fontes políticas em João Pessoa, confirma o livre trãnsito de que ele dispõe na Capital federal, pela forma moderada com que atua no Congresso.
Por NONATO GUEDES