O advogado Fábio Andrade, que atuou como relator no processo que acabou com a reeleição na OAB, disse que todos os membros da diretoria sabiam que as alterações no regimento feriam as normas da OAB. “Não posso aceitar calado o argumento pueril de que nenhum de nós se apercebeu que a alteração regimental ofenderia o estatuto e o regulamento geral da OAB. Por que ele não retrata fielmente o que ocorreu?”.
Ele se referia a uma nota divulgada pelo presidente da OAB, Paulo Maia, na qual ele afirma que no momento da votação ninguém percebeu que a mudança seria ilegal.
Fábio Andrade afirma que por mais de uma vez discutiu com o presidente da OAB, Paulo Maia, e com vários outros conselheiros federais e estaduais, se a alteração poderia ser feita pelo conselho seccional. “Ouvi mais de uma vez do presidente Paulo Maia e de outros integrantes da OAB que aprovaríamos a alteração, por convicção jurídica, mas, sobretudo, por convicção política, porque esse era um compromisso de campanha inarredável e que defenderíamos isso perante o Conselho Federal caso fosse necessário”.
Segundo ele, a unica voz discordante foi do conselheiro federal Bruno Veloso, que desde o começo se manifestou publicamente contra aprovar a alteração no regimento, não por ser contra a reeleição, mas porque achava que não deveria ser feito pelo conselho. Apesar dos questionamentos a resolução foi aprovada por unanimidade.
“Continuo com a minha convicção jurídica, e sobretudo política de que a alteração foi correta e adequada e deveria ter sido veemente defendida no conselho federal. Faço o esclarecimento por dever moral, por honestidade, e muito mais, por respeito aos advogados que acreditaram que finalmente a reeleição estava banida da OAB/PB”, afirmou o advogado.