O jornalista, poeta e “imortal” da Academia Paraibana de Letras, Carlos Aranha, prometeu, em seu perfil no Facebook, contar em livro as histórias que teve com os músicos e compositores Gilberto Gil e Caetano Veloso. Aranha sempre foi amigo pessoal dos dois artistas e chegou a assinar o Manifesto Tropicalista, que teve nomes de pessoas como Jomard Muniz de Brito, entre outros talentos culturais da região Nordeste.
Em seu perfil, na rede social Facebook, Aranha afirmou que é hora de contar, em livro ou plaquete, como, pioneiramente, promoveu a maioria dos melhores shows da MPB na Paraíba, na segunda metade dos anos 60, durante os anos 70 e na maior parte dos anos 80.
“Graças a Deus e a nós, o mundo e a memória realmente não estão perdidos. Existem muitas pessoas que lembram dos shows que promovemos em João Pessoa durante a segunda metade dos anos 60, nos anos 70 e em grande parte dos anos 80. Existem muitas pessoas que não são invejosas e que fazem do próprio eu de cada uma o centro de interesses, sem se importar com os outros. Que não são egoístas, egocêntricas. Algumas deram depoimentos, como o atual diretor de cultura da Associação Paraibana de Imprensa, Gil Sabino. Ele lembra bastante de alguns dos shows que promovi e do dia em que o apresentei a Gonzaguinha, que depois se tornaria um grande amigo dele. Gil foi apresentado por mim a outro Gil (Gilberto) e colaborou comigo na divulgação de shows, como os de Ivan Lins e Gal Costa. Em tempo: apresentei Gilberto Gil a outras pessoas, inclusive o então vereador Francisco Barreto, que o levou a sua casa para um almoço”, comentou.
Aranha revelou que conserva em casa borderôs, contratos, cartazes, programas, etc., dos shows que promoveu, e material de duas produtoras que teve: a Jaguaribe Produções e a Safira. “Por conta disso e de outras coisas (que nunca revelei até hoje) sobre artistas e grupos, decidi fazer uma plaquete grande, ou até mesmo um livro, em torno do assunto. Francisco Pinto que fez a melhor programação musical da Rádio Tabajara até hoje acha que preciso contar as inúmeras histórias e as dificuldades enfrentadas naqueles tempos escuros, para se trazer a João Pessoa os melhores shows da MPB. Mais que isso, você precisa contar tudo que sabe sobre nossa música”, observou.
Aranha cita, inclusive, as repercussões sobre sua decisão. Francci Lunguinho, do site Crônicas Cariocas, considera que é hora de um bom livro. Reginaldo Marinho foi mais incisivo: Faça isso, Carlos Aranha. A Paraíba precisa saber de teu talento e de teu compromisso com a cultura brasileira. O Tropicalismo e o Cinema Novo devem fazer parte desse testemunho histórico. O escritor José Leite Guerra pediu para que eu pensasse com carinho na plaquete: Será um valioso contributo para a História da Música, particularmente em nossa aldeia. E acrescenta: “Já em seu livro-documentário Na varanda do Cabo Branco, Lourdinha Linha faz referência a minha atuação na vida cultural da Paraíba, em especial durante o movimento tropicalista. Clilson Júnior, Luiz Carlos Nascimento Sousa, Naná Garcez, Ademilson José da Silva, entre outros facebooqueiros foram a alguns dos shows que promovemos. O compositor Dida Fialho viu quase tudo e disse que foram eventos fabulosos. Muita saudade”, detalhou.
Por Linaldo Guedes