Em entrevista concedida hoje ao programa do radialista Antônio Malvino, na RPN, 89,3, o governador Ricardo Coutinho deixou claro que ele é quem vai conduzir o processo referente à sua sucessão em 2018 dentro do bloco político liderado por ele, que é filiado ao PSB. “A condução das decisões será minha e ninguém vai me atropelar ou tentar passar por cima das deliberações”, enfatizou o gestor socialista, ressaltando que ainda não definiu se concorrerá a algum mandato eletivo ou se permanecerá no Palácio da Redenção até o fim da segunda gestão que está empalmando.
O governador, que tomou café da manhã com deputados da sua base política na residência oficial, a Granja Santana, salientou que somente no momento que julgar oportuno sinalizará qual a posição que tenciona tomar em 2018. De acordo com ele, a definição está condicionada a uma análise das variantes que serão colocadas na mesa, levando em conta o que é importante para o seu projeto pessoal e para o projeto político do esquema que o acompanha. Líder do Partido Socialista Brasileiro no Estado, ele fez uma avaliação dos resultados da campanha eleitoral para prefeitos este ano e revelou que a sua conclusão é de que o PSB saiu vitorioso e fortalecido da disputa, apesar das derrotas verificadas em João Pessoa e Campina Grande, os maiores colégios eleitorais, onde os respectivos prefeitos – Luciano Cartaxo (PSD) e Romero Rodrigues (PSDB) foram reeleitos.
Coutinho, que será recebido em audiência nesta quarta-feira pelo presidente Michel Temer, do PMDB, no Palácio do Planalto, falou da sua expectativa positiva quanto ao despacho, no qual deverá se fazer acompanhar pelo senador peemedebista Raimundo Lira, que foi quem intermediou com o presidente Temer a audiência ao gestor paraibano. O ponto principal da pauta será o encaminhamento de soluções para a crise econômica e financeira da Paraíba. Ele elogiou a atuação do senador Raimundo Lira, observando que ele dá exemplos de sensibilidade para com o equacionamento de problemas da Paraíba. Na sua opinião, a crise se agravou com a queda no repasse de verbas do FPE e no rebaixamento da posição da Paraíba no ranking nacional da Secretaria do Tesouro, impedindo a Paraíba, num primeiro momento, de contrair empréstimos internos e externos.
As restrições à captação de empréstimos pelos Estados passaram a ser reduzidas nas últimas horas pelo presidente Michel Temer, reconhecendo os obstáculos que os Estados enfrentam. O governo federal vai dar prioridade ao Estado do Rio diante do quadro de calamidade em que se encontra, mas atenderá aos demais gradativamente. As pressões de governadores e de parlamentares têm sido intensas junto ao Palácio do Planalto, levando Temer a abreviar o encaminhamento de alternativas. Sobre a hipótese de permanência de Ricardo até o fim do mandato, isto foi admitido por ele mesmo recentemente. A mudança que houve nesse discurso foi a observação de que será examinada a probabilidade de disputa, se isto for conveniente.
“Não faço política de forma individualista, mas, sim, integrado a um grupo que apostou na viabilidade do projeto de desenvolvimento da Paraíba”, acentuou o chefe do Executivo paraibano. Numa avaliação sobre o desempenho da bancada que lhe apoia na Assembleia Legislativa, ele disse sentir-se grato pelo voto de confiança que lhe foi dado, através da aprovação de matérias polêmicas encaminhadas à Casa de Epitácio Pessoa. Ricardo contestou a investidura de Michel Temer na presidência da República porque fazia parte da corrente contrária ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e alegou que havia sido operado, na prática, um golpe político-parlamentar. Essas declarações não o impediram, contudo, de recorrer ao Planalto em busca de soluções. “A minha luta é pelo interesse da Paraíba, não em prol de interesses pessoais”, enfatizou o governante.
Por Nonato Guedes