Pelo menos dois parlamentares paraibanos – a deputada federal por São Paulo Luíza Erundina e o senador pelo Estado do Rio Lindbergh Farias apoiaram o pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer, impetrado, ontem, pelo Psol, sob alegação de crime de responsabilidade no caso que resultou na saída do governo dos ministros Marcelo Calero, da Cultura, e Geddel Vieira Lima, do governo. O presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, de acordo com a Folhapress, qualificou de chicana o pedido de impeachment contra Temer. A mesma expressão foi utilizada pelo ex-ministro Calero ao acusar o presidente de ter proposto manobra jurídica para reverter na AGU o embargo a prédio em Salvador (BA) no qual Geddel tinha apartamento.
Embora nos meios políticos em Brasília a opinião seja a de que as chances de êxito do impeachment são mínimas, devido ao fato de Temer agregar uma grande base de apoio, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), responsável por decidir monocraticamente se o caso terá sequência ou será arquivado, o Planalto trabalha para evitar prolongamento do impasse político. Com o temor da reação das ruas às recentes trapalhadas do governo, Temer estuda intensificar campanhas publicitárias para tentar mostrar que apesar de crise após crise, o governo não está parado.
Articulações do Planalto, por outro lado, foram detonadas para evitar, a qualquer custo, a convocação de Geddel Vieira Lima em comissões da Câmara e do Senado. A meta é evitar que a “crise Geddel” tenha reflexos maiores sobre o próprio governo de Temer, já considerado por si só vulnerável. A expectativa do governo é de dispor de maior fôlego na virada do ano, com a vigência do recesso parlamentar. Hoje, um teste de fogo está previsto para ocorrer em Brasília – a votação em primeiro turno da PEC fixando um teto para os gastos públicos durante os próximos 20 anos. O líder do governo Romero Jucá esbanjou confiança na aprovação da proposta na Casa mas disse que não há data definida para o envio dos projetos da reforma da Previdência Social antes da votação em segundo turno da PEC do Teto. “Esperamos ter uma votação maior que a do impeachment (da presidente Dilma). Minha conta é que sejam de 62 a 65 votos, dependendo do quórum, mas acredio que todos estarão presentes.
O senador defendeu que a proposta de emenda à Constituição fixando o teto de gastos seja votada em segundo turno no dia 13 de dezembro promulgada no dia 15, de acoprdo com previsão estabelecida anteriormente pelo Palácio do Planalto. Romero Jucá salientou que embora a reforma da Previdência ainda não esteja definida, o presidente Michel Temer pretende conversar com representantes de Centrais Sindicais para auscultar tendências. “Defendemos que o texto possa ser enviado entre os dois turnos de votação da PEC”, comentou. O parecer sobre a PEC 55 foi aprovado por 19 votos favoráveis a sete contrários na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Por Nonato Guedes