O ex-deputado federal paraibano Inaldo Leitão publicou esclarecimento em sua página no Facebook desmentindo a versão de Claudio Mello de que teria sido beneficiado com recursos no montante de R$ 100 mil na campanha de 2006. Claudio, que fez parte da diretoria da Odebrecht, fez a revelação em depoimento sob forma de delação premiada e conta que políticos envolvidos no esquema eram tratados por apelidos ou codinomes. O de Inaldo era “feioso”. Leitão trata Claudio Mello como ex-amigo e atual “canalha”. Textualmente, ele pontuou:
– Não lembro do montante de recursos recebidos, mas na hipótese da transação ela foi feita em caráter oficial – explicou Inaldo, atualmente radicado em Brasília. O delator afirmou, também, que Inaldo teria tentado beneficiar um cunhado que atuaria na empresa. Leitão qualificou de absolutamente fantasiosa a versão e assegura que nunca teve qualquer relação de negócio com a Odebrecht. “Jamais fiz qualquer pagamento via empresa e tampouco apresentei qualquer proposição relacionada com interesses da Odebrecht”, adiantou, desqualificando o teor da acusação que foi repercutida na imprensa do Sul do país.
Inaldo recapitulou seus 40 anos de trajetória política pela Paraíba, como deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa, deputado federal e integrante da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, tendo sido, ainda, secretário de Estado e delegado do Ministério da Educação na Paraíba. E acrescentou: “O único patrimônio que tenho é um apartamento em João Pessoa, que é bem de família”.
O ex-executivo da Odebrecht listou outros nomes, como o senador Ciro Nogueira (PI) e o senador Eunício Oliveira (CE), este último cogitado para vir a assumir a presidência do Senado quando completar o mandato do atual presidente Renan Calheiros, de Alagoas. Leitão lamenta que a chamada onda de “linchamento moral” de figuras públicas no País ocorra sem critérios ou provas consistentes e envolva parlamentares e políticos contra os quais, comprovadamente, não há provas.
– Infelizmente chegamos a esse estágio, que degrada o processo político e tenta afetar a estabilidade constitucional pela qual tantos brasileiros se empenharam – expressou Inaldo Leitão, que é conhecido na Paraíba como discípulo do ex-governador e ex-senador Antônio Mariz, falecido em 1995, tendo sido secretário de Cidadania e Justiça na sua breve gestão.
O advogado Johnson Abrantes, que é conterrâneo de Inaldo (ambos são naturais da cidade de Sousa) publicou depoimento em rede social repudiando o que chamou de referências caluniosas formuladas contra Inaldo Leitão. Johnson reafirmou a sua convicção sobre a integridade política pessoal de Inaldo e ressaltou os valiosos serviços que ele prestou ao Estado nas missões que empalmou. “Tenho confiança num esclarecimento dos fatos, em respeito à opinião pública e a figuras políticas que têm sido injustamente atacadas na esteira do denuncismo que se verifica no País”, acentuou Johnson, titular de um dos mais requisitados escritórios de advocacia na Capital paraibana.
Por Nonato Guedes