O senador licenciado Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) reassumirá no dia dois de janeiro sua cadeira no Senado, vencido o prazo de licença que requereu para cuidar da saúde e de assuntos particulares. Ele está sendo substituído no posto pelo primeiro suplente José Gonzaga Sobrinho, Deca do Atacadão, representante do Alto Sertão da Paraíba, que avalia como extremamente proveitosa a experiência pela oportunidade que teve de apresentar proposições em defesa de municípios, participar de debates e de sessões importantes, além de estar presente a audiências com autoridades como o presidente Michel Temer, em que foi tratado o tema da transposição das águas do rio São Francisco, sobre o qual o senador Deca é otimista, manifestando a crença de que na atual gestão o “desafio secular” será vencido.
Cássio antecipou que espera uma pauta de definições no Congresso sobre matérias relevantes que estão pendentes de apreciação e votação, algumas das quais são essencialmente polêmicas, como admite, a exemplo da questão da aposentadoria que tem suscitado discussões em grupos sociais. Cunha Lima não acredita que o Planalto venha a retroceder na implementação de conquistas obtidas pela sociedade, embora nos últimos dias o presidente Michel Temer tenha dito que não hesitará em tomar medidas impopulares se julgar que elas são necessárias para o avanço das reformas planejadas. Aproveitando os últimos dias de licença do mandato, Cássio já confirmou presença nas solenidades de posse de prefeitos que ajudou a eleger na campanha deste ano.
Ele disse esperar que o ano de 2017 seja benéfico para Estados e municípios que dependem urgentemente da liberação de recursos, ponderando que a utilização dos recursos oriundos da repatriação de ativos financeiros, já consensuada em Brasília, deverá retirar do sufoco prefeituras municipais que acumularam perdas em termos de repasse constitucional de verbas. De acordo com Cássio, tem havido compreensão da parte de gestores municipais sobre a necessidade de “sacrifícios” para ajuste à crise financeira nacional. “Mas o sacrifício não pode se prolongar, diante da penalização a que esses entes já estão submetidos”, frisou. O ano de 2017 ainda deverá ser marcado pela repercussão das delações premiadas de executivos e ex-diretores de empreiteiras, com revelações à Operação Lava Jato que incriminam políticos. Para Cássio, essas ações podem ter prosseguimento sem que atrapalhem o funcionamento da pauta legislativa que precisa ser agilizada com vistas a beneficiar a população.
O senador em exercício Deca do Atacadão afirma que é muito grato ao senador Cássio Cunha Lima pela oportunidade que lhe proporcionou no sentido de assumir o mandato titular na representação política paraibana no Congresso Nacional. “Foi uma experiência importante, valiosa, que me permitiu um conhecimento inicial da dinâmica parlamentar e das formas como os representantes do povo podem contribuir para apresentação de propostas de interesse público”, salientou Deca do Atacadão. 2017 será pontuado, também, por discussões de bastidores envolvendo as eleições de 2018, mas, conforme Cássio, isto deverá ser feito de modo a não afetar o rendimento das atividades parlamentares e de governo.
Por Nonato Guedes