O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), reeleito na última campanha, não escondeu seu desconforto com a decisão tomada pela maioria dos vereadores da Câmara local de reajustar seus próprios vencimentos, os do prefeito, vice e secretários municipais. Rodrigues tornou público qu vai vetar o reajuste aplicado ao seu salário e demais ocupantes de cargos no Executivo. “Na atual conjuntura pela qual o Brasil passa, entendo que é importante que todos façam sacrifícios e, nesse sentido, a nossa postura é a de manter o patamar de salários já em vigor”, expressou Romero, que a partir de janeiro terá como vice o ex-deputado federal e ex-prefeito Enivaldo Ribeiro, do PP.
No apagar das luzes da atual legislatura e depois de marcar votação para o dia 21 próximo, a maioria dos vereadores votou ontem o reajuste de 26,3% e implantação do décimo terceiro salário nos contracheques dos parlamentares. A convocação de sessão especial foi assinada por 13 vereadores e com a aprovação do reajuste a remuneração dos edis, que hoje é de R$ 12.025,20, passará a ser de R$ 15.193,20 a partir do mês que vem. O presidente da Câmara, por sua vez, passará de um salário de R$ 18 mil para R$ 22,7 mil e declarou que o projeto não partiu da Mesa Diretora. Pimentel Filho disse que a iniciativa decorreu de requerimento assinado pela maioria dos vereadores – 13 de 23. Pessoalmente, Pimentel é favorável ao reajuste, ignorando a crise que obrigou o governo federal a apresentar Medida Provisória fixando um teto para gastos públicos.
– O que é imoral é um salário de R$ 880, que é o salário dos professores. É isto que a sociedade e os políticos precisam discutir – ponderou ele. Já o vereador Napoleão Maracajá anunciou que pretende recorrer à Justiça contra o reajuste e a implantação do abono. Lamentou que a Câmara Municipal de Campina Grande tenha proporcionado mais um desrespeito ao povo, “de forma extremamente covarde”. E advertiu que a inclusão do pagamento do décimo-terceiro salário a vereadores é ilegal, uma vez que cargo eletivo não tem essa vantagem. O líder da oposição, Olímpio Oliveira, do PMDB, frisou não ter comparecido à sessão por não ter conhecimento do que estaria em pauta. Pelo que se apurou, foi feito um acordo entre líderes do legislativo campinense para a votação da pauta no último dia de sessões antes do recesso parlamentar. Mas prevaleceu a convocação de sessão especial, despertando revolta em setores da população campinense.
Por Nonato Guedes