Diplomado ontem como vice-prefeito de João Pessoa para o biênio que se instala em primeiro de janeiro, o deputado federal Manoel Júnior, do PMDB, revelou a jornalistas que ainda avalia se tomará posse – confirmando, apenas, sua presença na reinvestidura de Luciano Cartaxo. Júnior mantém-se em dúvida sobre a legalidade de acumular a vice-prefeitura da Capital com o mandato na Câmara. Ele encomendou consultas sobre essa viabilidade e adiantou que já possui algumas respostas. Nas palavras de Júnior, não é apenas interesse pessoal que está em jogo.
– A presença de um deputado federal carreando recursos para João Pessoa já demonstrou na confecção do orçamento para 2017 que é fundamental. Se nós não estivéssemos em Brasília, a emenda de R$ 140 milhões, de caráter impositivo, não teria sido liberada com certa agilidade. Hoje, João Pessoa só dispõe desse valor graças à emenda de bancada, que foi um trabalho de costura nosso, e eu tenho que agradecer aos meus pares a pronta deferência à convocação para que batalhássemos em favor da população da Capital – traduziu o parlamentar.
Manoel Júnior, originalmente, pretendia ser candidato a prefeito de João Pessoa pelo PMDB, numa fase em que prosperou a ideia da candidatura própria. Na evolução das discussões, o partido convenceu-se de que deveria se aliar a Cartaxo, tido como favorito e que em outras etapas havia feito composição com os peemedebistas. Cartaxo e Júnior mantiveram uma afinação durante toda a campanha e chegou a ser especulado que, além da vice-prefeitura, o deputado peemedebista poderia assumir a secretaria de Saúde. A especulação não resistiu a 24 horas e foi desmentida pelo próprio Luciano. Se Manoel Júnior optar por permanecer em Brasília, haverá vacância do cargo de vice-prefeito na Capital paraibana.
Ex-prefeito de Pedras de Fogo, no litoral e ex-deputado estadual, Manoel Júnior já havia sido candidato a vice-prefeito de João Pessoa em 2004, compondo a chapa encabeçada por Ricardo Coutinho (PSB), que foi reeleito em 2008. Seja por se sentir deslocado na municipalidade, seja por ter outras aspirações políticas mais elevadas, Júnior praticamente teve papel decorativo, até que resolveu, em 2006, concorrer à Câmara Federal, onde tem permanecido no topo da lista dos parlamentares mais influentes. O juiz Breno Wanderley, que presidiu a diplomação dos eleitos como representante da Justiça Eleitoral, destacou que se tratava de um momento festivo para a própria Corte por significar o coroamento do processo democrático.
Nonato Guedes