O senador paraibano José Maranhão (PMDB) recebeu reconhecimento de alguns dos seus pares ao concluir sua passagem pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça, considerada a mais importante da Casa, por cujo crivo passam 100% das matérias que tramitam no Parlamento. O senador Álvaro Dias, do PV do Paraná, fez elogio público a Maranhão na sessão de encerramento do mandato do ex-governador da Paraíba. Dias chegou a afirmar que Maranhão teria seu voto e seu apoio para a própria presidência do Senado, no fim da gestão de Renan Calheiros(AL). Maranhão não comentou a hipótese de dirigir a Casa. Além dele, o outro senador peemedebista paraibano Raimundo Lira foi cogitado para o posto. Alegou que tinha compromisso de sufragar o nome do senador cearense Eunício de Oliveira, que seria o preferido do presidente Michel Temer
A situação de Eunício ficou complicada nos últimos dias com a citação do seu nome na Operação Lava Jato, em depoimentos de ex-executivos da Odebrecht à Justiça por meio de delação premiada. As articulações para o futuro comando da Casa estão sendo processadas nos bastidores, com avaliações sobre correlação de forças. Mas, até que haja fato novo, como a desistência de Eunício, Maranhão e Lira sustentam o pacto de apoiá-lo. Maranhão, em mandato anterior que exerceu no Senado, foi presidente de uma outra Comissão influente – a Comissão Mista de Orçamento, tendo promovido audiência na Paraíba para acolher sugestões. Raimundo Lira, que assumiu a titularidade com a renúncia de Vital do Rego para ocupar cadeira no Tribunal de Contas da União, ganhou visibilidade como presidente da Comissão Processante do Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ultimamente seu prestígio no Palácio do Planalto foi comprovado ao lograr sensibilizar o presidente Michel Temer com vistas a receber em audiência o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho(PSB), para discussão de problemas financeiros enfrentados pelo Estado.
Ex-deputado estadual e ex-deputado federal, Maranhão assumiu o governo do Estado por três vezes. Ele mantém controle férreo sobre o diretório peemedebista paraibano, que preside. O tesoureiro do PMDB paraibano Antônio de Souza confirmou que JM tem apoio expressivo nos diretórios municipais e está reestruturando o partido no interior a fim de fortalecê-lo para a disputa das eleições de 2018. A primeira vez em que Maranhão assumiu o governo do Estado foi em 95 com a morte de Antônio Mariz, de quem era vice. Em 98, com a vigência da reeleição, o atual senador concorreu e vitoriou ao Palácio da Redenção. Em 2009, assumiu o final do mandato de Cássio Cunha Lima (PSDB) diante da cassação do mandato dele decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral.