Apesar de articulações de bastidores para que cheguem a um consenso, os vereadores Durval Ferreira, presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, e Marcos Vinícius, não cedem aos apelos para um consenso na eleição da Mesa da Casa Napoleão Laureano e irão mesmo se enfrentar no começo do novo ano. Durval, do PP, que tem recorde de longevidade no comando do legislativo municipal, tem sido o mais pressionado com o argumento de que deveria abrir espaço para colegas que ainda não ascenderam a postos dirigentes. Ele contra-argumenta que será sua última disputa e que deseja concluir metas que vem pondo em prática na direção do colegiado.
Marcos Vinícius, veterano de legislaturas, concorre pelo PSDB mas tem trãnsito em diferentes partidos e foi adotado por um grupo influente como candidato de renovação. Ele se comprometeu a abolir a reeleição para presidente da Câmara e propôs uma eleição “casada” com a do sucessor, acatando o nome do vereador João Corujinha, do PSDC. A vereadora Eliza Virgínia é uma entusiasta da candidatura de Marcos e ressalta que Durval já cumpriu seu papel à frente da Câmara. Soube-se que o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) entrou no circuito informalmente para a obtenção de um entendimento entre Durval e Marcos Vinícius, mas teria se afastado do processo, passando a acompanhá-lo por informações de emissários, face à irredutibilidade dos dois em manter as postulações.
A Câmara está ingressando na última semana antes do recesso parlamentar e, como foi notado por jornalistas, a decisão da pauta está com cinco quase ex-vereadores. É que os não reeleitos este ano – Benilton Lucena, Marmuthe Cavalcanti, “Fuba”, Marcos Antônio Queiroga e Renato Martins estão na linha de frente para a apreciação do projeto de lei orçamentária anual correspondente ao exercício de 2017, além das matérias que estão pendentes. Durante a semana que se encerra, não houve uma votação sequer no plenário da Casa Napoleão Laureano. Vereadores admitem que o interesse pela eleição da Mesa Diretora causa o esvaziamento das sessões. Marcos Antônio Queiroga considera o procedimento normal. “A cada eleição é assim”, pontua, a título de exemplo. Se a peça orçamentária não for votada em tempo hábil, o recesso deverá ser adiado para o final do mês.
Envolvido nas discussões sobre o orçamento, o vereador Marmuthe Cavalcanti dispõe-se a fazer um mutirão junto aos colegas para que o relatório final seja apreciado até quinta-feira. O relator explicou que o atraso dos vereadores na entrega de emendas atrapalhou a elaboração do relatório final. “Muitos colegas, infelizmente, extrapolaram o prazo para a entrega de emendas. Mas o interesse na escolha da Mesa Diretora tem feito com que muitos vereadores estejam dando preferência a comparecer a cafés da manhã ao invés de participar das atividades ordinárias”, externou ele. Entre as áreas do executivo que deverão receber mais investimentos na Lei Orçamentária Anual do exercício de 2017 estão a Educação, Administração, Saúde, Habitação Social e Planejamento. Comparada ao planejamento orçamentário de 2016, a LOA do próximo ano prevê diminuição de mais de dez milhões em investimentos na Educação e de R$ 2 milhões na área de Planejamento.
Por Nonato Guedes