O deputado federal paraibano Efraim Morais Filho (DEM) participa ativamente das articulações com vistas a garantir a permanência de Rodrigo Maia (RJ) por mais algum tempo na presidência da Câmara dos Deputados. A movimentação é focada no sentido de consolidar a permanência de Rodrigo, freando, assim, o lançamento de candidaturas à presidência. Em paralelo, Morais articula-se para ser favorecido na liderança do Democratas naquela Casa do Congresso.
Rodrigo Maia ascendeu ao posto no vácuo da cassação do mandato do então presidente Eduardo Cunha (que está preso) e da ascensão do deputado Waldir Maranhão (PP) à direção do colegiado. Seja qual for a fórmula a ser adotada, o processo de entendimentos é acelerado em torno da pretensão de Rodrigo Maia. O deputado do DEM é tido como um dos pilares da sustentação política-parlamentar do governo do presidente Michel Temer (PMDB), que tem interesse na aprovação de matérias polêmicas que passam pelo crivo da Câmara.
As matérias envolvem reforma da Previdência – a mais controversa de todas – e reforma do ensino médio, cujos termos são criticados por entidades ligadas a docentes. Efraim Filho ressalta que Rodrigo Maia tem conduzido com equilíbrio e postura a discussão e apreciação de proposituras de interesse público no âmbito da Câmara. Chama a atenção para o fato de que Rodrigo foi investido em circunstâncias excepcionais provocadas pelo impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, e pela cassação e depois prisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Tais acontecimentos, na avaliação de “Efraito” ocasionam agitação natural nos meios políticos porque são atípicos.
No caso do impeachment da presidente Dilma Rousseff, substituída pelo então ice Michel Temer, a analogia feita se deu em cima do único processo semelhante instaurado no país, em 92, e que conduziu à saída do presidente Fernando Collor de Melo, atual senador por Alagoas. Ao comentar a insistência de Dilma e de expoentes petistas em alegar que houve uma espécie de golpe parlamentar com a saída de Dilma Rousseff, o deputado Efraim Morais ressaltou que essa página já está virada e que o processo instaurado teve a supervisão do Supremo Tribunal Federal, que garantiu pleno direito de defesa à ex-presidente. “O Congresso entendeu que a ex-presidente tinha cometido atos lesivos à Constituição e que, sendo assim, deveria ser alvo do impeachment”, pontuou ele.
De acordo com Efraim Filho, o presidente Rodrigo Maia conta com apoios expressivos para ser mantido na direção do colegiado parlamentar. “A discussão sobre aspectos legais e constitucionais da permanência do presidente no cargo é natural diante da situação de atipicidade que se instaurou no país. Independente disso, eu acho, particularmente, que Rodrigo deve ter o direito de realizar uma gestão mais duradoura, a fim de implementar as propostas que tem para um melhor funcionamento de uma das Casas do Congresso”, finalizou o deputado paraibano.
Nonato Guedes