Em até oito meses o papa Francisco deverá nomear o novo arcebispo da Arquidiocese da Paraíba, em substituição a dom Aldo Pagotto, que renunciou ao cargo em julho do ano passado em meio a denúncias de acobertamento suposto de casos de pedofilia, o que está sob investigação. O Administrador Apostólico dom Genival Saraiva, que responde pela Arquidiocese, informa que o Vaticano já está de posse de uma lista tríplice com a indicação dos prováveis substitutos de dom Aldo, atualmente recolhido em Fortaleza. Dom Genival não revelou quais os nomes constantes da lista tríplice mencionada. Ele ocupará o cargo de Administrador até a designação do novo arcebispo (não pode assumir o lugar de dom Aldo por já ter mais de 75 anos, idade máxima para ocupar o cargo).
O papa Francisco comanda na Igreja uma espécie de revolução, enfrentando focos de resistência dentro da própria Igreja. Foi ele que reacendeu a discussão sobre corrupção, homossexualismo e outros temas. Dom Genival, na linha de transparência adotada pelo papa Francisco, não se recusou a falar à imprensa pessoense sobre denúncias de casos de pedofilia na Igeja. Ao jornal “Correio da Paraíba”, situou que é totalmente contrário a esa práticas mas sugeriu que a preocupação não deve ficar restrita à Igeja e, sim, à sociedade como um todo, pois são muitos os casos semelhantes, dentro das póprias famílias. O papa Francisco, nas últimas horas, reafirmou que a postura da Igreja deve ser de tolerância zero para com esses casos.
O Administrador apostólico advertiu que as diocses têm a obrigação de denunciar qualquer caso de pedofilia e opinou que o papa Francisco trouxe o problema à tona devido à gravidade de que ele se reveste. “É um crime que acontece constantemente, mas uma instituição como a Igreja Católica não pode aceitar. Pecado e crime. Pecado pois atinge a dignidade do ser humano e crime porque a legislação assim o tipifica. Pedofilia é um atentado à honra e à dignidade”, explicitou dom Genival Saraiva.
Nonato Guedes