O deputado federal Veneziano Vital do Rêgo deu um ultimato ao governador Ricardo Coutinho. Ele quer quer depois do carnaval o governador defina o nome que vai disputar o governo do Estado nas eleições de 2018. “Não embarco em aventuras ou improvisações”, frisou. Pessoalmente, Veneziano não descarta uma aliança com o PSB, ponderando, no entanto, que deve haver uma discussão racional e objetiva da conjuntura.
Ele foi entrevistado na manhã desta quinta-feira (5) no programa Revista Estadual, da RPN, 89,3. Na entrevista, Veneziano revelou que não cogita deixar os quadros do PMDB, embora reafirme as críticas à cúpula do partido pela falta de maior diálogo e maior prestigiamento às lideranças políticas filiadas. Veneziano disse que mantém a avaliação já externada de que o PMDB tornou-se um partido “mediano” na Paraíba e tende a se tornar um partido “menor”, mencionando desfalques, inclusive, em relação a deputados estaduais, como Gervásio Maia Filho, próximo presidente da Assembleia Legislativa.
Veneziano frisou que suas críticas não significam qualquer restrição de caráter pessoal ao senador José Maranhão, presidente do diretório regional do partido, mas uma exortação para que o partido faça autocrítica dos erros cometidos e que têm provocado o definhamento dos seus quadros.
– Não vamos nos iludir. O PMDB, para receber apoios a uma eventual candidatura sua ao governo do Estado, precisa se reorganizar, se reestruturar – acrescentou Veneziano Vital do Rêgo, admitindo que a regra vale para o próprio senador José Maranhão se por acaso ele planejar novamente concorrer ao Palácio da Redenção. Veneziano disse ser inquestionável o seu espírito de renúncia dentro do PMDB, demonstrado em oportunidades em que abriu mão do direito legítimo de ser candidato ao Palácio da Redenção, quer em 2010, quer em 2014. Em 2010, Veneziano foi atropelado pela candidatura de José Maranhão, que foi derrotado por Ricardo Coutinho. Em 2014, Veneziano abriu mão da postulação para o irmão Vital do Rêgo, então senador, hoje ministro do Tribunal de Contas da União.
Avaliando o quadro em gestação para 2018, Veneziano opinou que no bloco de oposição ao governador Ricardo Coutinho o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) deverá tentar se impor como candidato ao governo, buscando atrair o apoio do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD). “Mas, naturalmente, o cenário comporta outras alternativas”, comentou ele. No quadro partidário paraibano, Veneziano avalia que o PMDB está situado como a quarta força política, abaixo do PSDB, do PSB e do PSD. “Isto impõe a autocrítica que tenho defendido por parte dos dirigentes partidários”, expressou. Veneziano defendeu mudanças no financiamento de campanhas eleitorais e manifestou a opinião de que o “caixa dois” funcionou nas últimas eleições municipais, beneficiando, sobretudo, candidatos apoiados pelos detentores da máquina oficial.
Por Nonato Guedes