Embora assegure que não tem planos de disputar o governo do Estado em 2018, preferindo postular a reeleição, o senador Raimundo Lira (PMDB) anunciou que sua prioridade, no período que ainda tem pela frente, é percorrer o interior da Paraíba, estreitando laços políticos e auscultando reivindicações que possam embasar a sua atuação no Congresso. Falando a emissoras de rádio, o senador, que se refaz de uma árdua jornada na atual legislatura, confessou que gostaria de “estar livre para andar o máximo que puder”. A “menina dos olhos” de Lira, enquanto parlamentar, é contribuir para a conclusão da obra de duplicação da BR-230, do trecho de Campina Grande a Cajazeiras. Ele se disse um “senador estradeiro”, explicando que no primeiro mandato de senador, a partir de 1987, empenhou-se para a recuperação de uma série de estradas em diferentes municípios. Ainda hoje, mantém uma espécie de plantão no ministério dos Transportes, atento a recursos que possam estar disponíveis.
Ele não esconde o bom relacionamento que mantém com o governador Ricardo Coutinho (PSB), respeitando líderes peemedebistas que combatem a administração estadual. Nem por isso está interessado em deixar o PMDB, argumentando que é bastante prestigiado no âmbito do partido no cenário nacional e que a nível local tem uma relação transparente com o senador José Maranhão e o ex-deputado federal Manoel Júnior, atual vice-prefeito de João Pessoa. Salientou que apoia Ricardo Coutinho até em decorrência da posição de alinhamento adotada pelo PMDB paraibano no segundo turno das eleições de 2014. “Cada um tem as suas posições mas o sentimento é de união quando estão em jogo os interesses da Paraíba”, ressaltou Raimundo Lira.
Investido no mandato titular com a renúncia de Vital do Rêgo, que passou a ocupar cadeira de ministro do Tribunal de Contas da União, Lira projetou-se em pouco tempo no Congresso, sendo designado presidente da Comissão Processante do Impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) a quem garantiu amplo espaço de defesa na oitiva junto aos senadores. O parlamentar acentua que continua focado nos graves problemas nacionais mas que deseja tornar mais presente na Paraíba a sua atuação política. No mês passado, foi aprovada a licitação para a duplicação do trecho Campina Grande-Farinha, dando início ao projeto que chegará até Cajazeiras. Lira se diz sensibilizado com as versões de que poderia ter o apoio do governador Ricardo Coutinho para ser candidato à sua sucessão, mas é pragmático e antecipa que está envolvido com as decisões do PMDB, ao qual é filiado.
Seu nome tem sido ventilado para exercer a liderança do PMDB no Senado e, a esse respeito, Raimundo Lira salienta que não fugirá do desafio se lhe for repassada alguma missão. Lembrou que há outros pretendentes legítimos ao cargo de líder, como o senador Eduardo Braga, do Amazonas, e o senador Renan Calheiros, do PMDB, atual presidente do Senado. De sua parte, foi indicado por alguns colegas peemedebistas e, por isto, se considera “no jogo”. Mas admite que é uma disputa muito difícil e que não lhe move o intuito de ambição. “Reitero que meu compromisso é com a Paraíba e me sentirei extremamente recompensado com tudo o que for possível fazer”, concluiu Lira.
Nonato Guedes