O senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB), embora com a ressalva de que o assunto somente será tratado no final do mês, colocou, ontem, o seu nome, à disposição, para a disputa pela vice-presidência do Senado Federal. O PSDB congrega a segunda maior bancada da Casa e, em virtude dessa expressão, tem o direito de indicar o candidato a vice-presidente. O Senado volta ao seu funcionamento no dia primeiro de fevereiro e Cunha Lima vai aguardar uma manifestação por parte dos seus colegas de bancada. “Se meu nome for lembrado, será um motivo de muito orgulho”, declarou.
A movimentação dentro do agrupamento tucano, de acordo com Cássio, está sendo no sentido de alcançar-se o consenso, evitando, assim, uma disputa acirrada que possa provocar desgaste. Lembrou que quando foi escolhido para ocupar a liderança do partido, a manifestação se deu praticamente por aclamação, e acredita que o feito poderá ser reproduzido em outra conjuntura, guardadas as proporções. Cunha Lima confirmou a costura de entendimentos com o PMDB, que estaria interessado em formatar uma chapa única. O líder do partido no Senado, Eunício Oliveira, do Ceará, que deverá ser o nome para a presidência, em substituição a Renan Calheiros, opera nos bastidores para viabilizar a composição com os tucanos, conforme Cássio deixou vazar.
Na última reeleição do atual presidente Renan Calheiros, ocorrida em 2015, o PSDB e o PSB foram excluídos dos cargos que compõem a Mesa Diretora da instituição. A articulação do senador Eunício é com vistas a assegurar o mais amplo espectro de apoios à sua candidatura a presidente, com o acerto de uma chapa de consenso envolvendo os outros dez cargos que fazem parte da estrutura da Mesa Diretora do Senado. A maior dificuldade, de acordo com as versões chegadas de Brasília, está na definição dos cargos dos senadores do PMDB, a maior bancada da Casa, e em especial, do atual presidente Renan Calheiros.
A eleição para a Mesa é secreta, como informa o Correio da Paraíba, e vence o candidato que conquistar a maioria dos votos. Estarão em disputa a presidência, duas vice-presidências, quatro secretarias e os quatro suplentes para esses cargos. O regimento do Senado estabelece que se deve assegurar a participação proporcional das representações e blocos parlamentares com atuação na Casa.
Nonato Guedes